
A situação dos Correios é crítica. A empresa estatal acumula prejuízos bilionários e já discute a necessidade de um empréstimo de R$ 20 bilhões junto a bancos públicos e privados, com aval do Tesouro Nacional, para tentar sobreviver entre 2025 e 2026.
Com as finanças em colapso, o governo federal iniciou uma série de mudanças internas, incluindo a substituição de diretores e o afastamento de nomes ligados ao PT, como Juliana Picoli Agatte, que chefiava a área de Governança e Estratégia. A missão de equilibrar as contas ficou sob responsabilidade de Emmanoel Schmidt Rondon, ex-Banco do Brasil (BBAS3).
Além disso, outras diretorias estratégicas, como as de Operações e Gestão de Pessoas, também estão sob análise para novas trocas, o que tem gerado apreensão entre servidores e sindicatos.
Trocas nos Correios entram em jogo político pelo STF
Enquanto a estatal luta contra o déficit, Lula teria colocado diretorias dos Correios na mesa de negociação com o senador Davi Alcolumbre (União-AP), segundo informações da CNN Brasil. O objetivo seria obter apoio na aprovação de um nome aliado para o Supremo Tribunal Federal (STF).
O acordo incluiria três cargos de diretoria em troca de sustentação política para a sabatina do indicado pelo governo, possivelmente o atual ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias.
A negociação surge em meio à movimentação do Senado diante da aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso, o que abrirá uma vaga na Corte. Lula busca garantir votos suficientes para aprovar seu indicado sem resistência.
Críticas e alertas sobre uso político da estatal
O uso dos Correios como instrumento de barganha política gerou reações negativas dentro e fora de Brasília. Especialistas alertam para o risco de deterioração da governança e enfraquecimento técnico da empresa, que já enfrenta sérias dificuldades estruturais.
Há também preocupação com possíveis irregularidades caso se comprove que as trocas de comando foram feitas para atender acordos políticos, o que poderia abrir espaço para investigações do TCU e do Ministério Público.
Enquanto isso, a qualidade dos serviços segue em queda, com atrasos nas entregas e falta de investimentos em modernização, o que reforça a percepção de que a estatal vem sendo usada mais como moeda de troca do que como prestadora de serviços à população.
O que está em jogo
- Correios acumulam prejuízos e buscam empréstimo bilionário para sobreviver.
- Lula negocia diretorias com Davi Alcolumbre em troca de apoio para o STF.
- Críticas apontam risco à governança e possível interferência política na estatal.