
- Etanol representa quase 30% da matriz energética brasileira, o dobro da média mundial.
- Motor flex e políticas públicas consolidaram a liderança do país em biocombustíveis.
- Novas tecnologias, como híbridos a etanol e hidrogênio verde, projetam o Brasil no cenário global.
Muito antes de a descarbonização entrar no discurso das grandes potências, o Brasil já usava os canaviais como motor da transição energética. O etanol, criado para reduzir a dependência do petróleo, tornou-se um dos pilares mais sólidos da matriz energética nacional.
Graças a investimentos públicos e privados, o biocombustível ocupa hoje quase 30% da matriz energética brasileira, o dobro da média mundial. Esse protagonismo, que começou como reação à crise do petróleo nos anos 1970, agora ganha relevância em meio às discussões sobre mudanças climáticas.
As raízes do etanol
A história começou ainda em 1931, no governo de Getúlio Vargas, quando um decreto obrigou a mistura de etanol à gasolina. No entanto, o grande salto ocorreu nos anos 1970, com o Proálcool, criado após a disparada do petróleo.
Ademais, esse programa consolidou a cadeia produtiva, unindo produtores, infraestrutura e tecnologia. Com ele, o Brasil se posicionou como líder mundial no uso de biocombustíveis.
Portanto, a Copersucar e os empreendedores do setor tiveram papel central nessa expansão. Eles desenvolveram soluções de escala e inovação que mantiveram o etanol competitivo por décadas.
O avanço da indústria
Nos anos 2000, a chegada do motor flex transformou o mercado. O consumidor ganhou liberdade para abastecer com etanol, gasolina ou mistura, e a adesão foi imediata.
Além disso, mais recentemente, políticas públicas como a Lei do Combustível do Futuro e o aumento da mistura obrigatória para 30% reforçaram o papel estratégico do etanol.
Desse modo, com apoio do Programa Mover, o governo busca ampliar a mobilidade verde, fortalecendo a indústria automotiva nacional e sua capacidade de competir em inovação.
Tecnologia como diferencial
O setor automotivo também impulsiona a transição. A Stellantis lançou em 2024 modelos híbridos que combinam eletrificação e etanol, batizados de Bio-Hybrid.
Ademais, a Toyota, pioneira no híbrido flex, segue investindo em tecnologias para transformar o etanol até em fonte de hidrogênio nos postos de combustível.
Portanto, essas inovações confirmam que o Brasil está não apenas preparado para reduzir emissões, mas também para oferecer soluções em larga escala para o mundo.
O futuro da descarbonização
De acordo com estimativas da UNICA, a frota brasileira flex reduz em até 90% as emissões de gases de efeito estufa quando substitui gasolina por etanol.
Além disso, estudos apontam que cada 10% de aumento no uso de etanol hidratado equivale a evitar 6 milhões de toneladas de CO₂.
Por fim, o país chega à COP30 em Belém com um trunfo importante: mostrar que já possui tecnologia, escala e experiência para liderar a transição energética global.