
Um conselheiro da empresa de investimentos em energia renovável 3R Petroleum (RRRP3) comprou uma opção de venda de 25 mil ações da companhia um dia antes do anúncio de um follow-on de R$ 2,2 bilhões. A transação levantou questões éticas e regulatórias, já que o conselheiro teria acesso a informações privilegiadas.
A compra da opção de venda foi realizada em 6 de abril, um dia antes do anúncio do follow-on, que foi feito após o fechamento do mercado. No dia seguinte, a 3R anunciou a oferta de 34,5 milhões de ações para captar recursos para aquisições e investimentos em exploração e produção de petróleo e gás natural.
A opção de venda permite que o conselheiro venda as ações da 3R por R$ 24,70 cada em um prazo de seis meses. Se a ação da companhia cair abaixo desse valor, o conselheiro poderá exercer a opção e vender as ações a um preço mais alto.
A 3R Petroleum afirmou que a compra da opção de venda pelo conselheiro não viola suas políticas internas e que está analisando o assunto. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que está ciente da situação e avaliando possíveis medidas.
A transação levantou questões éticas e regulatórias, já que o conselheiro teria acesso a informações privilegiadas. A compra de opções de venda antes de um evento que pode afetar o preço das ações é comum no mercado financeiro, mas a transação por um conselheiro da própria empresa pode ser considerada uma violação de ética e de dever fiduciário.
Além disso, a compra da opção de venda em si levanta dúvidas sobre a possibilidade de uso de informações privilegiadas. A 3R Petroleum afirmou que tem políticas internas claras para evitar a negociação com informações privilegiadas, mas o episódio pode levar a uma maior escrutínio sobre o papel dos conselheiros nas empresas e a necessidade de regulamentação mais rígida.