
- Autoridades dos EUA e da China retomam negociações comerciais nesta segunda-feira (28) em Estocolmo.
- Trégua tarifária atual termina em 12 de agosto; nova prorrogação de 90 dias está em negociação.
- Trump busca manter clima favorável para possível encontro com Xi Jinping ainda este ano.
Os governos dos Estados Unidos e da China voltaram à mesa de negociação nesta segunda-feira (28), em Estocolmo. A reunião acontece no escritório do primeiro-ministro sueco e tem como objetivo prorrogar por mais 90 dias a trégua tarifária entre as duas potências econômicas.
Nesse sentido, o encontro acontece diante do prazo de 12 de agosto, quando vence a atual suspensão de novas tarifas. Portanto, caso não haja acordo, o mundo pode enfrentar um novo capítulo na guerra comercial, com impacto direto sobre cadeias globais de fornecimento.
China corre contra o relógio para evitar novas tarifas
As autoridades chinesas tentam garantir mais tempo nas negociações com os Estados Unidos. Caso o prazo expire sem um acordo, o governo de Donald Trump pretende retomar tarifas acima de 100% sobre semicondutores, fármacos e outros produtos sensíveis.
Além disso, durante os meses de maio e junho, Pequim e Washington firmaram acordos parciais que interromperam o ciclo de retaliações. No entanto, a ameaça de novas barreiras comerciais permanece. A retomada das negociações, por si só, já indica que os dois lados preferem uma saída diplomática.
Segundo analistas, uma nova prorrogação evitaria choques abruptos nas cadeias de suprimento. Ademais, criaria as condições necessárias para uma reunião entre Trump e Xi Jinping no final de outubro ou início de novembro.
Após pacto com Europa, foco se volta à China
O governo Trump acaba de fechar seu maior acordo comercial com a União Europeia. O pacto, anunciado no domingo (27), impôs tarifa de 15% sobre a maioria dos produtos europeus exportados para os Estados Unidos, incluindo automóveis.
Agora, com o pacto em vigor, os esforços da diplomacia americana se concentram na Ásia. Fontes ligadas às negociações indicam que EUA e China desejam evitar novas medidas agressivas até o final do ano, o que aumentaria o espaço para avanços mais amplos.
Além disso, o Departamento de Comércio americano suspendeu temporariamente medidas duras contra a China. Desse modo, a decisão busca manter o clima favorável às negociações e apoiar os planos de Trump de se reunir com Xi Jinping ainda em 2025.
Trump sinaliza otimismo, mas mantém pressão
Durante entrevista no domingo, Donald Trump afirmou que os EUA estão “muito próximos de um acordo” com a China. Segundo ele, os dois países já chegaram a uma espécie de consenso, embora ainda falte formalização.
Enquanto isso, o Departamento de Indústria e Segurança orientou sua equipe a não impor restrições tecnológicas à China nas próximas semanas. A ideia é evitar ruídos que possam prejudicar a retomada dos diálogos em Estocolmo.
Mesmo sem anúncio oficial, o mercado interpretou a movimentação como positiva. Caso os dois países anunciem nova trégua de 90 dias, investidores devem ganhar tempo para reorganizar estratégias e acompanhar o desfecho das negociações.