Pressão diplomática

EUA prometem sanções contra Brasil em plena viagem de Lula à ONU

Declarações de Marco Rubio acirram tensão diplomática e levantam dúvidas sobre possíveis novas sanções contra autoridades e setores brasileiros.

Lula
Crédito: Depositphotos
  • Marco Rubio promete medidas adicionais dos EUA contra o Brasil após condenação de Bolsonaro.
  • Sanções podem atingir novos ministros do STF e setores como exportações e agronegócio.
  • Viagem de Lula à ONU e à Cúpula do Clima ocorre em meio ao aumento da pressão diplomática.

O presidente Lula desembarca em NY nos próximos dias para abrir a Assembleia Geral da ONU em meio a um cenário de forte pressão diplomática. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que os Estados Unidos anunciarão medidas adicionais contra o Brasil na próxima semana. Sendo assim, a ação reage à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF.

A fala acende um sinal de alerta, pois a resposta pode coincidir com a viagem de Lula. Isso ampliaria o desgaste político em um momento delicado. Desse modo, o governo brasileiro busca reforçar sua imagem internacional e avançar nas negociações para a COP30.

Washington aumenta o tom contra o STF

Em entrevista à Fox News, Rubio chamou ministros do Supremo de “juízes ativistas” e criticou diretamente a condenação de Bolsonaro, classificando o julgamento como parte de uma “campanha de opressão judicial”.

Ele também acusou um magistrado brasileiro de tentar impor decisões a cidadãos americanos e até a usuários de redes sociais baseados nos EUA.

Rubio, aliado de Donald Trump, afirmou que “haverá uma resposta dos EUA” e prometeu anúncios em breve.

As declarações foram replicadas em nota oficial do Departamento de Estado, o que reforça o peso institucional da ameaça.

Sanções e tarifas no radar

A crise diplomática já vinha escalando. Após pressões articuladas por Eduardo Bolsonaro nos EUA, Alexandre de Moraes entrou na lista de sancionados pela Lei Magnitsky, com bloqueio de cartões de crédito e restrições financeiras.

Além disso, produtos brasileiros, como petróleo e suco de fruta, passaram a enfrentar tarifas de até 50%, em clara retaliação comercial.

Agora, a expectativa é de que Washington amplie o alcance das sanções, mirando outros ministros do STF e autoridades brasileiras.

Portanto, o agronegócio também observa o risco de restrições sobre fertilizantes russos, insumo vital para a produção brasileira.

Lula entre ONU, COP30 e diplomacia

Integrantes do governo Lula avaliam que a reação americana é um desafio, mas também destacam que o julgamento de Bolsonaro projetou uma imagem positiva do Brasil como país que defende o Estado de Direito.

Em artigo publicado no The New York Times, Lula afirmou que o Brasil continua aberto a negociações, mas que “a democracia e a soberania não estão em pauta”.

Ademais, o discurso do presidente na abertura da Assembleia da ONU, no dia 23, será acompanhado de perto, já que pode se transformar em palco de respostas indiretas às críticas americanas.

Por fim, no dia seguinte, Lula participa da Cúpula do Clima, um espaço central para as negociações ambientais que antecedem a COP30, em Belém.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.