O Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) está se preparando para vender 69.370 Bitcoins (BTC) apreendidos do marketplace da darknet Silk Road, totalizando um valor atual de mais de US$ 6,5 bilhões. A decisão, autorizada por um juiz americano, ocorre após uma disputa judicial de um ano com a Battle Born Investments, que reivindicava a propriedade dos Bitcoins.
A Battle Born Investments alegava ser a proprietária dos Bitcoins através de uma massa falida. No entanto, o grupo não conseguiu revelar a identidade da pessoa que entregou os Bitcoins, levando o tribunal a conceder a propriedade total ao DoJ. Diante da volatilidade do Bitcoin, o DoJ solicitou a venda imediata dos ativos, pedido que foi aprovado pelo tribunal em 30 de dezembro.
Preocupações e Reações do Mercado
A notícia da venda gerou apreensão no mercado de criptomoedas, com temores de uma possível queda no preço do Bitcoin. No entanto, Ki Young Ju, CEO da CryptoQuant, buscou tranquilizar os investidores, lembrando que o mercado absorveu um influxo de US$ 379 bilhões no ano passado, demonstrando sua capacidade de lidar com grandes vendas. Ele afirmou que a venda de US$ 6,5 bilhões poderia ser gerenciada em uma semana sem grandes perturbações.
A venda ocorrerá duas semanas antes da posse de Donald Trump como o 45º presidente dos EUA. Trump prometeu interromper a prática do governo de vender BTC confiscado, defendendo a manutenção desses ativos para obter maiores retornos. Atualmente, os EUA detêm 203.239 BTC, incluindo os 69.370 BTC a serem vendidos. Após a posse de Trump, os EUA ainda manterão 133.369 BTC, avaliados em mais de US$ 130 bilhões.
A postura de Trump contrasta com a de outros governos ocidentais, como a Alemanha, que vendeu 50.000 BTC no ano passado a um preço inferior a US$ 50.000. A decisão do DoJ de vender os Bitcoins antes da posse de Trump levanta questões sobre as políticas futuras do governo americano em relação às criptomoedas confiscadas.
Bitcoin em queda com notícia de venda
O Bitcoin (BTC) iniciou a quinta-feira, 09/01/2025, em queda, cotado a R$ 575.682,39, com recuo de mais de 2% e retornando ao suporte chave de US$ 93 mil. A pressão vendedora veio após notícias da venda dos bitcoins apreendidos da Silk Road. Essa notícia impactou o mercado, levando à saída de US$ 583 milhões em ETFs spot de Bitcoin em 8 de janeiro.
Rodrigo Miranda, criador da Universidade do Bitcoin, destaca que o BTC mantém o movimento lateral observado após a alta para US$ 108 mil.
“Para uma nova alta, o Bitcoin precisa romper os US$ 102 mil. Por outro lado, um fechamento abaixo de US$ 90 mil pode prolongar a queda”, afirma Miranda.
Beto Fernandes, analista da Foxbit, contextualiza a queda no cenário macroeconômico, afirmando que ela era esperada devido à realização de lucros após sete dias consecutivos de ganhos.
“O impacto foi imediato no mercado de derivativos, com a liquidação de quase US$ 700 milhões em posições de compra alavancada. O volume de compra dos ETFs também paralisou”, explica Fernandes.
Análise Técnica e Previsões
O analista Ali Martinez alerta para a possibilidade de uma queda expressiva no preço do Bitcoin, com base nas condições macroeconômicas e métricas técnicas. “O Bitcoin pode cair para US$ 60 mil”, afirma Martinez, destacando as resistências significativas e o comportamento dos traders.
Apesar de um sinal de compra no gráfico de 4 horas do BTC, Martinez alerta para zonas de liquidação em US$ 98.600 e US$ 103.300. Ele recomenda cautela, mesmo com o otimismo de alguns traders. Caso o preço caia abaixo de US$ 92.000, um recuo para US$ 78.000 a US$ 74.000 é possível, com a formação de um padrão de ombro-cabeça-ombro.
“Uma forte superação de US$ 100.000 é crucial para invalidar essa perspectiva baixista”, enfatiza Martinez.