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Euro dispara e supera R$ 6 após declarações de Lula

O real continuou a desvalorizar em julho e nesta segunda (01), o dólar subiu 1,15%, atingindo R$ 5,65, o maior valor desde janeiro de 2022.

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  • O real continuou em desvalorização já no começo deste mês de julho frente às moedas estrangeiras
  • O dólar e o euro tem subido significativamente
  • A desvalorização do real se intensificou após declarações do presidente Lula

O real continuou a perder valor em julho frente às moedas de países desenvolvidos. Nesta segunda-feira (01), o dólar registrou uma alta de 1,15%. Dessa forma, alcançando R$ 5,65, seu maior valor desde 10 de janeiro de 2022, quando estava cotado a R$ 5,67.

O euro também subiu significativamente, encerrando o dia a R$ 6,07, com um aumento de 1,43%, o maior valor desde 26 de janeiro de 2022, quando estava a R$ 6,12.

A desvalorização do real se intensificou após declarações do presidente Lula. Afirmou que o próximo presidente do Banco Central (BC) “olhará para o Brasil do jeito que é e não do jeito que o mercado financeiro fala”.

O dólar subiu 16,5% em 2024, enquanto o euro aumentou 13,1%. Às 10h, antes do início da entrevista de Lula à Rádio Princesa, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 5,58. E, atingiu R$ 5,60 às 13h30.

Juros futuros e mudança na diretoria

Os juros futuros do Brasil subiram, portanto, com agentes financeiros esperando uma alta da taxa Selic em 2024. O aumento do dólar influencia a inflação, afetando a política monetária do Banco Central (BC). Roberto Campos Neto, presidente do BC, afirmou que a alta dos juros não é o cenário principal do Copom (Comitê de Política Monetária).

Mudanças na diretoria do BC em janeiro de 2025 podem levar a uma maior tolerância com a inflação, aumentando a incerteza monetária. Além disso, Lula não possui um “discurso claro” sobre cortes de gastos públicos e defende o aumento de receitas como principal item do ajuste fiscal. Analistas, no entanto, apontam uma resistência do governo em adotar medidas para equilibrar as contas públicas a longo prazo.

Externamente, os rendimentos dos Treasuries dos EUA aumentaram, contudo, devido à reação do mercado financeiro às eleições presidenciais de novembro que devem reeditar a disputa entre Joe Biden e Donald Trump.

Euro e Bolsa Europeia sobem com vitória da direita na França

O euro registrou ganhos neste domingo (30), impulsionado pelo resultado do primeiro turno da eleição antecipada na França. A qual viu a direita liderando, mas deixando os investidores com incertezas sobre o desfecho final.

O Reagrupamento Nacional (RN), sob a liderança de Marine Le Pen, saiu na frente no primeiro turno. Ainda, conforme as expectativas. No entanto, a incerteza persiste, já que o resultado final dependerá das alianças que os partidos formarão em cada um dos 577 distritos eleitorais para o segundo turno, estabelecendo o cenário para negociações intensas nos próximos dias antes da votação final no próximo domingo.

Pesquisas indicam que o RN poderia alcançar uma maioria absoluta, aumentando a ansiedade nos mercados.

Desde que o presidente Emmanuel Macron convocou as eleições em 9 de junho, o euro havia caído 0,8%. No entanto, após os resultados do primeiro turno, a moeda única europeia recuperou-se, registrando um aumento de 0,21% para 1,0732 dólar na abertura do pregão de segunda-feira na região Ásia-Pacífico.

“Talvez o resultado não seja tão ruim quanto o mercado temia”, apontou Michael Brown, estrategista da Pepperstone FX.

“O mercado pode estar se consolando um pouco com isso. Mas, de modo geral, os riscos de baixa que existiam na sexta-feira no fechamento permanecem”, complementou.

O abalo ao mercado

A votação surpreendente abalou os mercados. Visto que, tanto a direita quanto uma coalizão de esquerda que ficou em segundo lugar no domingo, prometeram grandes aumentos de gastos. Isso deixou os investidores preocupados, especialmente diante do elevado déficit orçamentário da França, que levou a União Europeia a recomendar medidas disciplinares.

Na semana passada, o spread entre os rendimentos dos títulos franceses e alemães atingiu o maior nível desde 2012. Isto, durante a crise da dívida da zona do euro.

Os mercados de títulos e ações na Europa serão o foco das atenções na abertura das negociações na segunda-feira, com expectativas de volatilidade e reações intensas aos resultados eleitorais.