Segurança Reforçada

Europa investe 2,5 bilhões de euros em fabricante de mísseis

A Europa intensifica gastos em defesa, com a MBDA investindo €2,5 bilhões e a Alemanha aprovando um fundo de €500 bilhões para modernizar suas forças armadas.

uniao europeia 1
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  • Países europeus expandem os investimentos em defesa
  • Plano da UE para fortalecer a defesa europeia
  • Impacto econômico e demais efeitos geram preocupação

A indústria de defesa europeia, em virtude da disputa por mais segurança, surge como um dos setores mais estratégicos do continente. Os países europeus tem investido de maneira considerável na área, devido a necessidade de uma autonomia militar e do avanço de conflitos globais.

Sendo assim, a fabricantes de mísseis MBDA revelou um aporte de €2,5 bilhões nos próximos cinco anos para ampliar sua produção e fortalecer seu quadro de trabalhadores. Porém, esse passo não ocorre de maneira isolada. Vários governos estão tornando as regras fiscais mais flexíveis e aumentando os orçamentos militares, buscando aprimorar suas habilidades diante de um cenário geopolítico cada vez mais incerto.

MBDA expande e contrata

O consórcio formado por Airbus (França), BAE Systems (Reino Unido) e Leonardo (Itália), é líder desse veloz crescimento. A empresa vai contratar 2.600 novos funcionários para cumprir com a alta demanda por equipamentos militares, aumentando o seu número de trabalhadores para 19.000 até o fim desse ano. Ademais, potencializada por contratos recordes adquiridos em 2024, a carteira de pedidos da empresa ultrapassa €37 bilhões.

Nesse sentido, Eric Beranger, CEO da MBDA, ressalta que a companhia necessita de uma produção rápida para atender a demanda crescente por sistemas de defesa. Segundo ele, a indústria europeia tem que garantir mais autonomia e eficiência diante dos atuais desafios, para evitar a dependência de investidores externos.

O investimento tornará as fábricas da empresa mais modernas, e vai aprimorar tecnologias indispensáveis para a segurança do bloco europeu.

Recursos reforçados

Ao passo que companhias como a MBDA aumentam suas operações, governos europeus avançam em políticas para assegurar grandes investimentos no setor. Recentemente, a comissão europeia revelou um plano pretensioso para financiar a defesa, prevendo um orçamento estipulado em €800 bilhões para os próximos quatro anos. O trabalho pretende fortificar o potencial defensivo do bloco diante de possíveis ameaças e diminuir a dependência militar em relação aos Estados Unidos.

Dentro desse plano, a União Européia pensa em flexibilizar as regras fiscais para possibilitar que os países gastem até 1,5% do PIB em defesa, sem comprometer os limites do déficit. Se aprovada, a ação vai viabilizar mais recursos para modernizar as forças armadas, investir em novas tecnologias militares e aprimorar a infraestrutura de segurança.

Para Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, o bloco tem que agir o mais rápido possível para assegurar sua própria proteção. Ela enfatiza que a Europa não pode ser tão dependente assim da Otan e precisa fortalecer sua base industrial de defesa, investindo em inovação e aumentando suas capacidades militares.

Aumento histórico nos gastos militares

A Alemanha tem sido um dos países que mais estimulam esse movimento. O Parlamento alemão criou um fundo de aproximadamente €500 bilhões, aprovando um pacote histórico de investimentos militares. Sendo assim, não será necessário que o país viole as regras de endividamento da constituição para modernizar suas forças armadas.

Desse modo, é possível notar que o aumento nos investimentos demonstra uma nova conduta da Alemanha em relação à segurança. Depois de um grande período postergando gastos na área militar, Berlim responde às crescentes ameaças no contexto global, apostando em uma defesa mais forte.

E mais, os alemães ampliaram suas parcerias com outros países europeus, garantindo uma União Europeia mais preparada em futuros desafios.

É preciso mais que investir

O aumento nos gastos militares europeus significa um movimento importante para a segurança do continente, Entretanto, esse passo também pode gerar preocupações, pois o ímpeto acelerado na produção de armas pode ocasionar o aumento de tensões globais e distanciar a diplomacia em conflitos que já persistem.

Além disso, como muitos países do bloco estão passando por tempos de dificuldade financeira, tem que ser levado em conta quais serão os impactos econômicos que esse redirecionamento de recursos pode trazer.

Luiz Fernando
Estudante de Jornalismo, apaixonado por esportes, música e cultura num geral.