- O ex-pesquisador da OpenAI foi encontrado morto em sua casa em São Francisco no final de novembro, aos 26 anos, sem sinais de crime
- Balaji havia denunciado o uso de dados protegidos por direitos autorais pela OpenAI no treinamento de modelos de IA, incluindo o ChatGPT
- A empresa negou as acusações, afirmando que utilizava dados publicamente disponíveis e seguia os princípios do “uso justo” na criação de seus modelos de IA
- Balaji, ex-colaborador da OpenAI, se destacou por suas críticas à ética da IA e sua defesa de um tratamento mais justo para os criadores de conteúdo
O Departamento de Polícia de São Francisco confirmou que encontrou Suchir Balaji, ex-pesquisador da OpenAI, morto em sua casa no final de novembro, aos 26 anos. A polícia foi chamada para uma verificação no apartamento de Balaji e o encontrou sem sinais de crime.
A morte de Balaji gerou grande comoção no setor de inteligência artificial, especialmente devido às suas críticas públicas à OpenAI, a empresa para a qual trabalhou até sua saída em agosto de 2023.
Críticas à OpenAI
Balaji ganhou notoriedade após uma entrevista ao jornal The New York Times em outubro, na qual expressou preocupações sobre o uso de dados protegidos por direitos autorais no treinamento dos modelos de IA da OpenAI, incluindo o famoso ChatGPT. Ele afirmou que a empresa estava violando a lei ao utilizar material protegido sem a devida autorização dos detentores dos direitos.
“Os chatbots estão prejudicando a internet. Estamos vendo uma violação flagrante de direitos autorais e uma ameaça para os criadores de conteúdo”, declarou Balaji na ocasião.
Ele afirmou ainda que estava processando a OpenAI junto com outros editores de conteúdo, alegando que a empresa usou dados privados para treinar seus modelos de IA sem compensar adequadamente os autores.
Em sua entrevista ao New York Times, Balaji deixou claro que não tinha intenção de aceitar um novo emprego após sua saída da OpenAI, e estava se concentrando em “projetos pessoais”. Ele também falou sobre seu sentimento de que, se alguém compartilhava suas preocupações sobre as práticas da OpenAI, a melhor opção era abandonar a empresa, como ele fez.
Reação da OpenAI
A OpenAI, por sua parte, contestou as alegações de Balaji. A empresa afirmou que treinou seu modelo de IA utilizando dados publicamente disponíveis e alinhou suas práticas com os princípios do “uso justo” previstos pela legislação dos EUA.
“Consideramos esse princípio justo para os criadores, necessário para os inovadores e fundamental para a competitividade dos EUA”, declarou a OpenAI ao New York Times em outubro.
Apesar da controvérsia em torno do uso de dados protegidos, a OpenAI expressou pesar pela morte de Balaji. Em um comunicado, a empresa lamentou profundamente o ocorrido e ofereceu condolências à família e amigos do ex-pesquisador.
“Estamos devastados ao saber dessa notícia incrivelmente triste e nossos corações estão com os entes queridos de Suchir durante esse momento difícil”, afirmou a organização.
A trajetória de Suchir Balaji
Nascido e criado em Cupertino, Califórnia, Balaji se interessou por inteligência artificial ainda jovem, quando a tecnologia de “IA que aprende” da startup DeepMind, que poderia aprender a jogar videogames, o impressionou.
Ele se formou na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e ingressou na OpenAI em 2020, onde trabalhou com o desenvolvimento de IA antes de deixar a empresa. Embora tenha sido uma figura importante dentro da comunidade de IA, sua crítica à OpenAI o colocou em uma posição de destaque dentro do debate sobre os impactos da inteligência artificial na sociedade.
Sua morte precoce deixou muitas questões sem resposta, incluindo se seus projetos pessoais poderiam gerar novos insights ou mesmo alternativas às práticas criticadas na indústria da IA.
Com sua saída da OpenAI, Balaji se tornou um defensor ardente da ética no uso de IA, questionando práticas de grandes empresas de tecnologia e defendendo um tratamento mais justo para os criadores de conteúdo.
Embora as circunstâncias de sua morte ainda estejam sendo investigadas, o impacto de Balaji no campo da inteligência artificial, especialmente em relação ao uso de dados protegidos e à ética das empresas de tecnologia, perdura.