
- Ibaneis Rocha chamou Michel Temer para mediar a venda do Banco Master ao BRB
- Banco Central barrou operação bilionária após apontar riscos nos ativos do Master
- Valor da negociação caiu quase 50% e futuro do banco segue indefinido
Nesta quinta-feira (18), o ex-presidente Michel Temer confirmou que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, o chamou para mediar a tentativa de venda do Banco Master ao BRB.
A entrada de Temer ocorre após o Banco Central vetar a operação no início do mês, decisão que travou o acordo e obrigou o Master a buscar alternativas para reestruturar sua situação financeira.
Banco Central barra operação
O Banco Central (BC) rejeitou a venda em 3 de setembro, seguindo parecer do diretor de Organização do Sistema Financeiro, Renato Dias de Brito Gomes. O voto destacou “sérios problemas nos ativos do Master”, sobretudo na carteira de precatórios e direitos creditórios.
Segundo analistas, o banco adotava um modelo arriscado: captava recursos oferecendo CDBs com rendimentos de até 140% do CDI e direcionava para ativos de baixa liquidez. Essa estratégia ampliou a dificuldade de precificação e aumentou os riscos para investidores.
Desse modo, o BC vetou a operação imediata e obrigou o Master a apresentar um novo plano de contingência, que a autoridade monetária ainda avaliará.
Negócio encolhe pela metade
Antes do veto, o BRB pretendia incorporar cerca de R$ 48 bilhões em ativos do Master. Porém, após análise mais detalhada, o valor caiu para R$ 23,9 bilhões, quase metade da operação inicial.
O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, afirmou que a redução se deu pelo descarte de ativos considerados de difícil liquidez. Assim, o encolhimento da operação foi visto como um ponto de fragilidade pelo mercado.
Portanto, diante desse cenário, o Banco Master precisa apresentar alternativas rápidas para assegurar sua sobrevivência e manter a confiança de credores e clientes.
Temer vira peça-chave
A entrada de Michel Temer trouxe novo fôlego ao processo. Com trânsito político em Brasília e histórico de mediação, o ex-presidente pode ajudar a abrir espaço para uma solução negociada entre Master, BRB e reguladores.
No entanto, o próprio Temer admitiu que não há garantias de que a venda será concluída. As conversas estão no início e dependem tanto da disposição do BRB quanto do aval do Banco Central.
Por fim, o futuro do banco segue incerto. Contudo, a presença de Temer adiciona um elemento político à negociação, que até então vinha sendo tratada apenas como uma questão técnica.