
- Queda na avaliação de Haddad: O porcentual de avaliações negativas do ministro da Fazenda subiu drasticamente de 24% para 58% em apenas três meses
- Expectativas econômicas pessimistas: 83% dos entrevistados esperam uma piora econômica nos próximos 12 meses, e 58% vêem risco de recessão em 2025
- Desafios para o Banco Central: A gestão de Gabriel Galípolo à frente do BC ainda é vista com cautela, com 45% dos entrevistados considerando sua atuação positiva
A avaliação do mercado financeiro sobre o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, registrou uma queda acentuada entre os meses de dezembro de 2024 e março de 2025, conforme levantamento realizado pela Genial/Quaest.
O estudo, divulgado nesta quarta-feira (19), revela que o porcentual de avaliações negativas disparou de 24% para 58%. Enquanto, as avaliações positivas despencaram de 41% para apenas 10%. Já a avaliação regular apresentou uma leve queda, de 35% para 32%, no mesmo período.
A pesquisa foi conduzida com 106 entrevistas realizadas entre os dias 12 e 17 de março, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Assim, com fundos de investimento, economistas, analistas e tomadores de decisão.
Os dados indicam uma frustração crescente com a condução da política econômica sob Haddad, com a visão do mercado se tornando cada vez mais negativa sobre seu desempenho.
Enfraquecimento da liderança de Haddad
Uma das principais conclusões do levantamento é o enfraquecimento da liderança de Haddad no cenário econômico. Se, em dezembro, 61% dos entrevistados percebiam uma perda de força do ministro, esse número subiu para 85% em março.
O porcentual daqueles que acreditam que Haddad ainda mantém o mesmo grau de força na condução da política econômica caiu drasticamente de 35% para 14%. Enquanto, os que veem um fortalecimento de sua posição caíram de 4% para 1%.
Esse resultado reflete a crescente insatisfação do mercado com a falta de resultados concretos na gestão econômica. Além da percepção de que o ministro perdeu o controle sobre o rumo da economia.
Essa mudança nas avaliações sinaliza um momento de grande fragilidade na imagem do ministro, que enfrenta críticas tanto de investidores quanto de analistas econômicos.
Expectativas negativas para a economia
As expectativas econômicas também estão em declínio. O levantamento mostrou que 93% dos entrevistados acreditam que a política econômica do governo está indo na direção errada, embora esse número tenha apresentado uma leve melhora em comparação com os 96% registrados em dezembro.
Um dado alarmante é que 58% do mercado vê o risco de uma recessão em 2025, evidenciando o crescente pessimismo quanto à trajetória econômica do Brasil.
Além disso, 83% do mercado espera uma piora econômica nos próximos 12 meses, embora esse porcentual tenha diminuído levemente em relação aos 88% do levantamento anterior.
Esses números indicam que a confiança do mercado em uma recuperação econômica está em queda, com uma previsão de baixo crescimento para o PIB, com 51% dos investidores acreditando que a expansão será entre 1,51% e 2% em 2025.
A situação do Banco Central sob Galípolo
O estudo também abordou a gestão de Gabriel Galípolo à frente do Banco Central. Para 49% dos entrevistados, a atuação de Galípolo está em linha com as expectativas. Enquanto, 20% a consideram melhor do que o esperado, e apenas 3% a veem como pior.
Embora a maioria (58%) acredite ser cedo para fazer uma avaliação mais profunda, 45% consideram positiva sua atuação até o momento, e 41% a julgam regular.
Em relação às decisões tomadas pelo novo presidente do Banco Central, 38% dos entrevistados avaliam como sendo técnicas. Enquanto, 5% acreditam que ele está fazendo escolhas políticas. Esses dados sugerem que, embora Galípolo ainda esteja em fase de adaptação, há uma expectativa cautelosa quanto ao seu desempenho no cargo.