O FBI acusou hackers ligados ao governo da Coreia do Norte de estarem por trás do roubo colossal de quase US$ 1,5 bilhão em criptomoedas da exchange Bybit, ocorrido na semana passada. O ataque, considerado o maior já registrado no setor, teria sido conduzido pelos grupos cibernéticos TraderTraitor e Lazarus Group, segundo o governo dos Estados Unidos.
De acordo com o FBI, os criminosos já começaram a converter parte dos fundos roubados para Bitcoin (BTC) e outros ativos digitais, dispersando-os por milhares de carteiras em diferentes redes blockchain. O objetivo seria lavar o dinheiro antes de trocá-lo por moeda fiduciária.
O envolvimento do Lazarus Group no ataque hacker já havia sido apontado por um analista horas após o incidente. O grupo é conhecido por sua longa história de ataques cibernéticos a instituições financeiras e exchanges de criptomoedas.
Impacto no Mercado: Bitcoin Sofre com a Notícia
O roubo da Bybit gerou preocupações entre investidores e reguladores, contribuindo para a recente volatilidade dos preços das criptomoedas. O Bitcoin, que vinha sendo impulsionado pela eleição de Donald Trump, chegou a cair para US$ 82 mil na quarta-feira (26).
A Bybit confirmou que o ataque envolveu a manipulação de uma transação de Ethereum (ETH) de uma carteira fria (cold wallet), um tipo de armazenamento offline considerado mais seguro. O hacker explorou vulnerabilidades em um processo conhecido como “blind signing” para desviar os fundos.
A empresa está oferecendo uma recompensa de US$ 140 milhões para rastrear os fundos roubados e bloqueá-los em outras corretoras.
Financiamento Nuclear: A Acusação Grave Contra a Coreia do Norte
Autoridades de segurança cibernética apontam há anos que ataques como esse têm sido usados para financiar o programa nuclear norte-coreano. Estimativas da inteligência sul-coreana indicam que o regime de Pyongyang já desviou cerca de US$ 1,2 bilhão em criptomoedas e outros ativos virtuais nos últimos cinco anos.
Uma investigação da ONU identificou 58 ataques atribuídos à Coreia do Norte entre 2017 e 2023, com um total estimado de US$ 3 bilhões roubados. Segundo o relatório, esses valores teriam sido utilizados para o desenvolvimento de armas de destruição em massa.