
- Ibovespa fecha em leve baixa (-0,13%), mas com apoio de Vale, Petrobras e frigoríficos; PRIO sobe 3,16%.
- Dólar cai abaixo de R$ 5,45 com alívio global, mesmo após novas ameaças tarifárias de Trump.
- Discurso de Galípolo reforça compromisso com inflação e juros altos seguem no radar.
O Ibovespa terminou a terça-feira (8) com uma leve queda de 0,13%, aos 139.302,85 pontos. Foi a segunda sessão seguida no vermelho, mas sem grandes sobressaltos. O alívio veio do desempenho de ações importantes como Petrobras, Vale e PRIO, que conseguiram puxar o índice para cima em meio à turbulência.
Ao mesmo tempo, o dólar comercial também recuou, caindo 0,59% e encerrando a sessão a R$ 5,445. O mercado de juros futuros ficou misto, refletindo o clima internacional de cautela e as expectativas em torno da política monetária brasileira. A queda da moeda americana ocorreu mesmo com novas ameaças tarifárias do ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
Trump pressiona mercados com nova rodada de ameaças
Nos Estados Unidos, os principais índices da Bolsa terminaram o dia sem direção clara. A nova investida de Trump contra países com “políticas antiamericanas” movimentou os mercados. Ele prometeu que, a partir de 1º de agosto, tarifas de até 40% passarão a valer sobre produtos de 14 países, incluindo Japão, Coreia do Sul, África do Sul e Indonésia.
Além disso, embora a retórica siga agressiva, o mercado reagiu com mais calma do que na véspera. O CEO da Trivariate Research, Adam Parker, afirmou que o cenário permanece nebuloso. “Ninguém sabe ao certo o que está valendo ou como isso será implementado de fato”, disse em entrevista à CNBC.
A Europa respondeu positivamente ao adiamento das medidas, com alta nas Bolsas e valorização do petróleo. Além disso, a confirmação da entrada da Bulgária na zona do euro, marcada para janeiro de 2026, trouxe otimismo adicional ao continente.
Dólar recua e moedas emergentes respiram
O dólar caiu no Brasil acompanhando o movimento global das moedas de países exportadores de commodities. Após um início tenso, a cotação recuou com força, atingindo a mínima de R$ 5,4357 durante a tarde. Os investidores derrubaram os preços ao perceber que o impacto das ameaças tarifárias de Trump já estava precificado.
Ademais, João Oliveira, da Mesa de Operações da Moneycorp, explicou que o mercado havia reagido fortemente na segunda-feira, mas que o alívio nesta terça refletiu uma digestão mais madura dos riscos. “Trump gritou ontem, mas hoje o mercado assimilou”, afirmou.
Em suma, mesmo com a tensão no ar, o dólar futuro para agosto recuou 0,82% na B3. O índice DXY, que mede o desempenho global do dólar, subiu 0,13% diante do iene, pressionado pelas falas de Trump contra o Japão.
Galípolo fala em comunicação e Haddad mira ajuste fiscal
No Brasil, as atenções se voltaram para falas de autoridades econômicas. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a instituição precisa se comunicar melhor para reforçar a eficácia da política monetária. Ele defendeu que os canais de transmissão dos juros sejam desobstruídos para atingir a meta de inflação.
Além disso, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, abordou o cenário fiscal e cobrou responsabilidade dos Poderes em relação aos gastos. Ele ainda buscou manter uma linha de diálogo com o Congresso, dizendo que “quando um não quer, dois não brigam”.
Desse modo, os investidores aguardam agora a ata da última reunião do Federal Reserve, que será divulgada na quarta-feira. Portanto, mesmo com o feriado estadual em São Paulo, a B3 manterá suas atividades normais, reforçando o foco nos mercados globais.