Bolsa instável

Fechamento: Ibovespa vira, dólar cai e Lula age contra tarifa de Trump: veja tudo que mexeu com os mercados hoje

Bolsas reagem a dados de inflação nos EUA, impasse sobre IOF e guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos.

Fechamento: Ibovespa vira, dólar cai e Lula age contra tarifa de Trump: veja tudo que mexeu com os mercados hoje
  • Ibovespa fecha em leve queda, mas tenta reação com alívio no dólar e Nasdaq renovando recorde;
  • Governo Lula publica decreto e prepara nova carta a Trump para evitar tarifa de 50% contra exportações;
  • Inflação dos EUA vem em linha, e fluxo para emergentes cresce mesmo com tensão global.

O Ibovespa ensaiou uma reação nesta terça-feira (15), mas fechou em leve queda de 0,04%, aos 135.250 pontos, após oscilar entre 134.380 e 136.021 ao longo do dia. O movimento refletiu o clima de incerteza em relação à política monetária dos EUA e às novas tensões comerciais com o governo Trump.

O dólar comercial encerrou o dia com baixa de 0,46%, a R$ 5,55, após cinco sessões consecutivas de alta. A queda foi na contramão do mercado internacional, onde o índice DXY — que mede o desempenho global da moeda americana — subiu 0,52%, alcançando 98,64 pontos. A valorização global do dólar não impediu investidores locais de aproveitarem os patamares altos para realizar lucros.

IOF e tarifas dos EUA seguem no radar do mercado

A ausência de acordo sobre o aumento do IOF e a incerteza fiscal continuam a pesar sobre o humor dos investidores. O impasse entre Executivo e Legislativo segue sem solução, mesmo após tentativa de conciliação mediada pelo STF. Empresários já se mobilizam para acionar o Judiciário contra a medida, o que pode gerar insegurança jurídica e frear investimentos.

Ao mesmo tempo, as tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros seguem como fator de risco. O governo Lula prepara uma nova carta ao presidente Donald Trump, após a primeira — enviada há dois meses — ter sido ignorada. O objetivo é tentar evitar os efeitos econômicos negativos da medida, que entra em vigor em 1º de agosto.

Durante o dia, o Diário Oficial publicou decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica, criando mecanismos legais para que o Brasil reaja, caso as tarifas sejam efetivamente aplicadas. O Comitê interministerial, liderado por Geraldo Alckmin, também se reuniu com setores afetados e pode pedir mais prazo para negociar com os EUA.

Inflação dos EUA não empolga Wall Street

Nos Estados Unidos, o mercado digeriu os dados do índice de preços ao consumidor (CPI) de junho, que subiu 0,3% na base mensal e 2,7% no acumulado de 12 meses — exatamente dentro do esperado.

Sendo assim, mesmo com o resultado em linha, os principais índices de Wall Street tiveram desempenho misto.

Além disso, o Nasdaq, puxado pelas ações da Nvidia, fechou em alta de 0,18%, aos 20.677 pontos, renovando recorde histórico. Já o S&P 500 recuou 0,40%, para 6.243 pontos, enquanto o Dow Jones caiu 0,98%, encerrando o dia aos 44.022 pontos.

Desse modo, a falta de surpresas nos dados inflacionários e os balanços mornos de grandes bancos esfriaram o apetite por risco.

Fluxos para emergentes e riscos no radar

Apesar das tensões, o IIF (Instituto de Finanças Internacionais) informou que os fluxos para mercados emergentes somaram US$ 42,8 bilhões em junho, impulsionados pela busca por rendimentos mais altos fora dos EUA.

Nesse sentido, o dado reforça o interesse global por ativos de países em desenvolvimento, mesmo com o ambiente externo desafiador.

Em paralelo, a Opep divulgou relatório em que estima uma queda de até 0,4 ponto percentual no PIB do Brasil, caso as tarifas de Trump entrem em vigor.

Portanto, as cadeias de exportação de alimentos, siderurgia e manufatura leve sentiriam principalmente o impacto.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.