
- Banco Central barra acordo Master-BRB e cenário aponta para intervenção.
- Os bancos podem acionar o FGC e dividir um custo bilionário.
- Crédito deve ficar mais caro, enquanto Itaú, Bradesco e Santander atraem clientes.
O Banco Central (BC) barrou a compra do Banco Master pelo BRB e abriu espaço para um desfecho explosivo: a intervenção direta na instituição de Daniel Vorcaro. Nesse cenário, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) seria acionado para honrar os CDBs do Master, operação que pode custar bilhões e recair sobre os próprios bancos, já que são eles que abastecem o fundo.
Na prática, isso significa pressão extra sobre o sistema financeiro. A fatura, dividida entre os grandes players, tende a gerar aumento de spreads bancários e encarecer o crédito ao consumidor, em um momento em que a Selic já pesa sobre a atividade econômica.
BC veta acordo e limita opções
O Banco Central (BC) rejeitou a proposta de aquisição do Banco Master pelo BRB e deixou a instituição de Daniel Vorcaro em uma posição delicada. Agora, as chances de uma solução de mercado se reduzem drasticamente.
Analistas avaliam que a probabilidade mais concreta é uma intervenção do BC, medida em que a autarquia afasta os gestores e nomeia um interventor para avaliar as contas e preservar os clientes.
Entre os pontos críticos identificados pelo regulador estariam carteiras sobrevalorizadas, o que reduz a atratividade para qualquer potencial comprador. Diante disso, a reapresentação do negócio ou a chegada de um novo interessado parecem cenários pouco viáveis em curto prazo.
Os bancos podem acionar o FGC, e todos eles arcam com o custo
Se a intervenção evoluir para liquidação extrajudicial, o FGC terá de honrar os depósitos do Master. Esse mecanismo protege investidores e clientes com aplicações de até R$ 250 mil. No entanto, o sistema financeiro arca com a conta, pois os bancos abastecem o FGC com contribuições próprias.
A fatura bilionária, portanto, pode elevar o spread bancário e encarecer o crédito em todo o país. A consequência prática seria mais pressão sobre consumidores e empresas em um momento em que a Selic já trava parte da atividade econômica.
Por fim, na bolsa especialistas avaliam que bancos de maior porte como Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) podem até se beneficiar da migração de clientes, reforçando seu papel de porto seguro diante da turbulência.