Fundo ameaçado

FGTS em risco? Presidente da Caixa acende alerta sobre sustentabilidade do fundo

Carlos Vieira alerta que concorrência de novos saques e medidas sociais pode comprometer o papel histórico do FGTS no crédito imobiliário.

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  • FGTS pode enfrentar crise histórica, segundo presidente da Caixa
  • Projetos de lei ampliam saques e ameaçam tirar até R$ 70 bilhões do fundo
  • Vieira pede revisão urgente do modelo de financiamento habitacional para evitar colapso

O presidente da Caixa, Carlos Vieira, fez um alerta contundente: o FGTS pode enfrentar uma crise de grandes proporções.

Segundo ele, a sustentabilidade do fundo corre risco. Projetos de lei e medidas que ampliam os saques concorrem com a destinação original dos recursos.

O alerta do presidente da Caixa

No Rio Construção Summit, Vieira destacou a necessidade de repensar o modelo de financiamento baseado principalmente no FGTS.

Ele lembrou que o fundo surgiu para proteger o trabalhador em caso de demissão ou aposentadoria e para financiar o crédito imobiliário enquanto os recursos permaneciam depositados.



No entanto, novas propostas legislativas, como o uso do fundo para indenizações de assédio ou violência doméstica, ameaçam retirar bilhões da estrutura, desequilibrando seu funcionamento.

O impacto dos projetos de lei

Um dos exemplos citados por Vieira foi o PL 807/2023, que permite saque do FGTS por mulheres em situação de violência doméstica.

O presidente da Caixa reconhece a importância social da proposta, mas estima que, se aprovado, o projeto poderia retirar até R$ 70 bilhões do fundo. Isso comprometeria sua capacidade de financiar habitação.

Essa expansão do uso do FGTS para finalidades diversas gera um conflito com o princípio básico que deu origem ao fundo em 1966, segundo o executivo.

O futuro do financiamento imobiliário

Vieira reconheceu que emprego formal e saldos positivos ainda reforçam o caixa do FGTS, mas disse que isso não é suficiente para sustentar o modelo no longo prazo.

Para ele, é urgente discutir um novo arranjo de funding para o setor imobiliário, a fim de reduzir a dependência exclusiva do FGTS.

Sem essa revisão, o risco é de que a principal fonte de crédito habitacional do Brasil perca sua força, comprometendo programas sociais e o acesso à moradia.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.