Mudança polêmica

Fim da placa Mercosul: Governo pode obrigar motoristas a trocar a placa do carro de novo

Carro placa mercosul
  • Projeto de lei aprovado no Senado propõe mudanças nas placas veiculares.
  • Placas Mercosul podem voltar a exibir cidade e estado.
  • Proposta promete não gerar custos, mas especialistas discordam.

Nova mudança à vista nas placas dos veículos brasileiros

Os motoristas brasileiros podem estar prestes a enfrentar mais uma mudança nas placas de seus veículos. Um novo projeto de lei aprovado no Senado pretende modificar novamente o padrão das placas Mercosul, que atualmente não exibem mais a cidade e o estado de origem dos veículos.

O Projeto de Lei 3.214/2023, de autoria do senador Esperidião Amin (PP-SC), prevê a reinserção dessas informações na parte superior da placa. A proposta já passou pelo Senado e agora aguarda análise na Câmara dos Deputados. Se aprovada, a mudança será obrigatória a partir de um ano após a publicação da nova lei.

A ideia é retomar elementos que muitos consideram essenciais para identificação regional e para a segurança pública. No entanto, a proposta já causa polêmica entre especialistas e representantes do setor automotivo.

Placas Mercosul podem voltar a incluir município e estado

Desde que foram implementadas em 2020, as placas do padrão Mercosul eliminaram a identificação visual do município e do estado de emplacamento do veículo. A justificativa, à época, foi unificar o padrão nos países do bloco e modernizar o sistema com QR Code e chip antifraude.

Agora, o projeto em tramitação quer justamente reverter essa medida. Segundo os autores, a retirada dessas informações teria dificultado o trabalho de autoridades de segurança e prejudicado o controle de veículos em circulação em determinadas regiões.

A proposta estabelece que os veículos transferidos entre municípios ou estados passem a ser obrigados a trocar de placa, retomando uma prática que havia sido eliminada justamente para evitar custos extras e burocracia.

Custo zero? Especialistas duvidam

Apesar de o texto do projeto garantir que a mudança não acarretará custos extras para o cidadão, especialistas do setor automotivo alertam que a realidade pode ser bem diferente. Na prática, cada vez que o proprietário for obrigado a alterar a placa, haverá despesas com fabricação, vistoria e reemissão de documentos.

Além disso, o retorno da obrigatoriedade de troca de placas por mudança de domicílio pode gerar filas nos Detrans, lentidão no sistema e aumento dos serviços de despachantes. Há ainda dúvidas sobre a capacidade técnica dos fabricantes em adaptar novamente o modelo das placas no curto prazo.

Organizações de trânsito também têm se posicionado de forma crítica. A Iniciativa Pró-Transparência, por exemplo, afirma que a proposta “não resolve os reais problemas da segurança veicular e só traz mais burocracia para o cidadão”.

O que pode acontecer a partir de agora

Caso o projeto seja aprovado também na Câmara e sancionado por Lula, a nova exigência só valerá após um período de 12 meses. Ou seja, a mudança deve afetar os motoristas a partir de 2027. O texto não prevê troca imediata para quem já possui placas Mercosula substituição seria obrigatória apenas em casos de transferência entre cidades ou estados.

No entanto, diante da tradição brasileira de burocratizar processos e de repassar custos ao cidadão, há ceticismo quanto à promessa de gratuidade na troca de placas. Motoristas que compram, vendem ou transferem veículos frequentemente devem ficar atentos.

Conclusão

O retorno das informações de cidade e estado nas placas de veículos ainda está em fase legislativa, mas o projeto avança rapidamente. A proposta reacende discussões sobre burocracia, custos ocultos e a real eficácia das constantes mudanças no sistema de emplacamento brasileiro. Se for sancionada, será mais uma dor de cabeça para milhões de motoristas — e um bom negócio para os despachantes.

Fernando Américo
Fernando Américo

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.