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Fim do PPI mudou o Preço-Alvo das ações da Petrobras?

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A Petrobras (PETR3;PETR4) divulgou nesta terça-feira a sua nova estratégia comercial para os preços do diesel e da gasolina, abandonando a paridade de importação (PPI) como base principal para os reajustes. Em vez disso, a empresa passará a adotar premissas que buscam um “equilíbrio” entre os mercados nacional e internacional. Frederico Nobre, líder da área de análise de ações na Warren, avalia as implicações dessa mudança.

A principal alteração consiste na adoção de duas referências para a precificação dos combustíveis: o custo alternativo do cliente e o valor marginal para a Petrobras. O custo alternativo do cliente leva em consideração o preço do mesmo produto ou de produtos substitutos vendidos pelos concorrentes da Petrobras, como refinadores privados, refinarias estrangeiras e trading companies. Já o valor marginal para a Petrobras corresponde ao custo de oportunidade da companhia, considerando as alternativas de comercialização, como produção, importação e exportação de gasolina, diesel ou petróleo bruto.

Essa nova política difere da PPI, que incluía não apenas o custo do produto refinado e a taxa de câmbio, mas também outras despesas como frete e tarifas portuárias, nem sempre incorridas pela Petrobras. Com o enfoque no custo alternativo do cliente, a empresa continuará levando em conta as referências externas, mas não mais as internas. A ideia por trás dessa mudança é tornar a Petrobras mais competitiva em determinados mercados sem comprometer a rentabilidade da companhia.

Em relação à dinâmica dos reajustes, a Petrobras manterá a flexibilidade, sem definir uma periodicidade fixa. A empresa tem buscado evitar repassar volatilidade excessiva para o mercado doméstico, o que tem sido sua postura nos últimos trimestres. Na prática, ajustes baixistas tendem a ocorrer de forma mais rápida do que os altistas.

Frederico Nobre destaca que essa nova política não surpreende, pois já era prevista em seu cenário base. Ele acredita que a reação do mercado deve ser positiva, visto que havia muita desconfiança em relação a esse anúncio. A recomendação de compra das ações da Petrobras (PETR4) é mantida, com um preço-alvo de R$ 34,50 e uma TIR (Taxa Interna de Retorno) de 23%.

A nova estratégia da Petrobras para a precificação dos combustíveis visa equilibrar os mercados nacional e internacional, proporcionando maior competitividade à empresa. Resta acompanhar como essas mudanças serão implementadas e quais serão seus impactos na rentabilidade e no desempenho da companhia nos próximos períodos.

É hora de ser neutro

Vários analistas expressaram suas opiniões sobre a recomendação das ações da Petrobras com base na nova política de preços da empresa. O BTG Pactual ressaltou que o foco principal para os investidores agora é a política de dividendos. Apesar de um sentimento melhorado, o banco optou por manter uma postura neutra até que a administração forneça mais informações sobre essa política. Segundo o BTG Pactual, o preço atual das ações da Petrobras apresenta uma vantagem limitada, negociando com um rendimento de dividendos de 8% em 2023.

O Goldman Sachs chamou a atenção para a falta de uma referência explícita na nova política de preços, o que dificulta a estimativa do impacto dessa diretriz no balanço da empresa. Por isso, o banco manteve uma recomendação neutra para as ações da Petrobras.

O Bradesco BBI descreveu a nova política de preços como “altamente subjetiva” e destacou a ausência de uma fórmula específica divulgada. Os analistas do banco acreditam que os aumentos de preços serão arbitrários e potencialmente justificados pela busca da paridade de exportação a longo prazo. Eles esperam poucas mudanças nos preços atuais, desde que as variáveis macroeconômicas, como câmbio, preços do petróleo e crack spreads, permaneçam como estão. Além disso, o Bradesco BBI ressaltou que a Petrobras não repassará a volatilidade para o mercado doméstico se as variáveis macroeconômicas estiverem estressadas para cima.

Em geral, os analistas concordaram que a nova estratégia comercial da Petrobras não sugere cortes bruscos e abruptos nos preços. Embora os preços no Brasil possam ficar ligeiramente abaixo da paridade do Golfo dos EUA, isso não seria desastroso para a empresa. Por outro lado, se os preços do petróleo aumentarem significativamente, isso resultará em benefícios financeiros para a Petrobras, que é uma exportadora líquida de petróleo. Essas considerações levaram o Bradesco BBI a manter sua recomendação neutra para as ações da Petrobras, com base na estratégia comercial da empresa.

BancoRecomendação
BTG PactualNeutra
Goldman SachsNeutra
Bradesco BBINeutra

As opiniões dos analistas refletem uma visão cautelosa em relação à nova política de preços da Petrobras, com foco na necessidade de mais informações sobre a política de dividendos e incertezas em relação aos impactos financeiros e à falta de uma fórmula explícita para os preços.

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