Horas depois da operação da Polícia Federal contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) utilizou as redes sociais nesta sexta-feira (18) para pedir que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspenda o tarifaço imposto sobre produtos brasileiros.
Flávio defendeu que, em vez de penalizar o Brasil como um todo, Trump direcione sanções individuais a autoridades brasileiras que, segundo ele, estariam perseguindo cidadãos e empresas americanas e atacando a democracia no país.
“O justo seria Donald Trump suspender a taxa de 50% sobre importações brasileiras e meter sanção individual em quem persegue cidadãos e empresas americanas, viola liberdades, usa o cargo público para violar direitos humanos e implodir a democracia de um país para satisfazer seu próprio ego”, escreveu o senador, em uma postagem.
A declaração de Flávio ocorre em meio a uma escalada de tensões entre os governos brasileiro e americano, impulsionada pela decisão da gestão Trump — em plena campanha eleitoral — de elevar em 50% as tarifas sobre determinados produtos brasileiros.
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O governo Lula classificou a medida como uma “chantagem inaceitável” e aguarda resposta oficial do Escritório de Representação Comercial dos EUA (USTR), após envio de carta pedindo revisão da taxação.
Reação à operação da PF
O posicionamento de Flávio também ocorre no mesmo dia em que seu pai, Jair Bolsonaro, foi alvo de busca e apreensão e de novas medidas restritivas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As ordens foram cumpridas pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira.
Entre as restrições, estão o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, proibição de uso de redes sociais, toque de recolher noturno e veto ao contato com diplomatas, embaixadores e outros investigados. Bolsonaro é acusado de obstrução de Justiça e tentativa de coação no processo que apura sua participação em uma tentativa de golpe de Estado.
Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.
