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Fogo amigo: 'tarifaço' de Trump afetará exportações da Argentina de Milei

EUA compram 62% da exportação argentina de alumínio e 50% do aço. Produtores argentinos estão apreensivos com as novas medidas.

Fogo amigo: 'tarifaço' de Trump afetará exportações da Argentina de Milei

A decisão de Donald Trump de impor uma tarifa de 25% sobre as importações americanas de aço e alumínio está gerando preocupação entre os produtores argentinos. A medida, que se aplica a todos os países, pode impactar significativamente as exportações argentinas para os EUA.

A preocupação dos produtores argentinos está nos números: os EUA compram 62% da exportação argentina de alumínio e 50% do aço.

Em 2024, as importações de alumínio dos EUA da Argentina totalizaram 515,27 milhões de dólares americanos. Aluar, uma importante produtora de alumínio argentina, destina cerca de 40% de suas exportações para os EUA.

Taxação Passada

Em seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, respectivamente, embora o então presidente argentino Mauricio Macri tenha conseguido fechar um acordo que introduziu uma cota isenta de impostos de 180.000 toneladas.

Resta saber se o presidente Javier Milei, que tem um bom relacionamento com Trump, será capaz de minimizar o impacto das novas medidas.

Falando na segunda-feira em uma entrevista na televisão, Milei disse que Trump não é um “protecionista”, mas sim que usou tarifas como “uma ferramenta de negociação”.

“Trump não é um protecionista. Trump usa a política comercial como um instrumento de geopolítica”, argumentou o chefe de estado, enquanto era questionado sobre novas tarifas de aço.

Entenda a nova tarifa do Governo Trump

Na última segunda-feira (10/02), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto que impõe tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os EUA. A medida, que entrará em vigor em 12 de março, faz parte de uma das principais promessas de campanha de Trump de taxar produtos estrangeiros para priorizar a indústria norte-americana.

Trump justifica a ação como necessária para proteger a indústria nacional e reduzir o déficit do país, argumentando que os EUA precisam que o aço e o alumínio permaneçam na América.

As tarifas de 25% aplicam-se indistintamente a todos os países, revogando acordos preexistentes com Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, países da União Europeia (UE), Japão, México, Coreia do Sul e Reino Unido.

Durante seu primeiro mandato, Trump já havia imposto tarifas sobre o aço e o alumínio, mas depois concedeu a vários parceiros comerciais cotas isentas de impostos.

O governo brasileiro ainda não se manifestou sobre as medidas, contudo, considerando que o Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA em 2024, o país deve ser afetado pela medida.

Em 2023, os EUA compraram 18% de todas as exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço. A indústria nacional exportou US$ 685 milhões em alumínio para os EUA em 2023, subindo para US$ 796 milhões em 20245.