
Novos desdobramentos da investigação sobre a fraude bilionária no INSS levanta teses de qual governo é o mais culpado neste escândalo: Jair Bolsonaro (PL) ou Lula (PT).
Conforme apuração do Lauro Jardim, no O Globo, informações obtidas pela Controladoria-Geral da União (CGU) indicam que a maior parte das fraudes foi praticada por associações e sindicatos que firmaram acordos de cooperação técnica com o INSS entre 2021 e 2022 — período em que o Ministério da Previdência esteve sob comando de Onyx Lorenzoni e José Carlos Oliveira, durante o governo Bolsonaro.
Essas associações, que tinham autorização para descontar mensalidades diretamente dos benefícios de aposentados, se aproveitaram da fragilidade nos mecanismos de controle e validação dessas cobranças.
A campeã dos desvios é a Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos (Ambec), que em 2020 tinha apenas três associados, mas que, em 2022, já havia iniciado operações fraudulentas, movimentando R$ 25 milhões em descontos irregulares. Em 2024, esse valor disparou para R$ 231 milhões.
A operação “Sem Desconto”, deflagrada no mês passado, revelou que ao menos 1,5 milhão de beneficiários já solicitaram reembolso de cobranças indevidas. O rombo total estimado pode ultrapassar R$ 6 bilhões.
E o governo Lula?
Os dados reforçam a estratégia do Palácio do Planalto de afastar a culpa direta da atual administração e atribuir o início da fraude do INSS ao governo anterior.
A narrativa do governo Lula se apoia no fato de que os convênios suspeitos foram firmados no governo Bolsonaro, que teria facilitado o acesso dessas entidades ao sistema do INSS sem critérios rigorosos de qualificação ou fiscalização.
Com base nas novas evidências, o Planalto pretende transferir a responsabilidade política a Onyx Lorenzoni e José Carlos Oliveira, ex-ministros da Previdência, cobrando explicações sobre a aprovação dos convênios e a ausência de salvaguardas para proteger os beneficiários.
Por outro lado, críticos do atual governo apontam falhas em não ter revisto os acordos herdados e não ter agido com celeridade diante de alertas internos sobre irregularidades ainda em 2023.
Com informações do Lauro Jardim, do O Globo.