O Brasil acompanhou a tendência global de aversão ao risco e registrou saídas líquidas de US$ 800 mil (cerca de R$ 4,6 milhões) de fundos de investimento baseados em criptomoedas no acumulado semanal até a última sexta-feira (7). Os dados são da gestora de criptomoedas CoinShares.
O fluxo de saída reflete o “medo extremo” que tomou conta dos mercados nos últimos dias, com investidores buscando ativos mais seguros diante das incertezas econômicas. O Volatility Index (VIX), conhecido como “índice do medo”, disparou 32,4% em cinco dias, atingindo 25,65 pontos na manhã de segunda-feira (10).
A pressão vendedora foi capitaneada pelos Estados Unidos, com US$ 922 milhões em saídas líquidas. No total, o mercado global de fundos cripto registrou US$ 876 milhões em saídas líquidas na semana.
Brasil: saldo positivo no ano, mas com perdas recentes
Apesar das recentes retiradas, o Brasil acumula US$ 68 milhões em depósitos líquidos em fundos cripto em 2023. Além do Brasil, Hong Kong e Austrália também registraram saídas líquidas na última semana.
Na contramão, Suíça, Canadá, Alemanha e Suécia registraram entradas líquidas em seus fundos cripto.
O monitoramento por criptoativos mostrou que os fundos baseados em Bitcoin lideraram a queda, com US$ 756 milhões em saídas líquidas. Os produtos de investimento em Ether, Short Bitcoin e Cardano também registraram perdas significativas.
Por outro lado, fundos cripto baseados em Solana, XRP, Sui e cestas multiativos receberam aportes líquidos.
Queda no total de ativos sob gestão
A queda de preços associada à manutenção do fluxo de saída resultou em uma redução no total de ativos sob gestão (AuM), que caiu para US$ 142,5 bilhões. O Brasil registrou um AuM de US$ 1,26 bilhão, mantendo a sexta colocação global.
Estados Unidos lideram o ranking de AuM, seguidos por Suíça, Canadá, Alemanha e Suécia.
Em relação aos produtos de investimento, o Fidelity Wise Origin Bitcoin Fund registrou o maior fluxo de saídas líquidas, com US$ 201 milhões. Os ETFs da BlackRock (iShares Bitcoin Trust e iShares Ethereum Trust) também tiveram saldos negativos expressivos.
Na ponta positiva, os maiores depósitos líquidos foram do 21Shares AG e do ProShares ETFs.