
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump trocaram apenas um aperto de mão nos corredores da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Horas depois, o chanceler Mauro Vieira confirmou que o primeiro diálogo formal entre os dois líderes não será presencial, mas sim por telefone ou videoconferência na próxima semana.
A decisão ocorre em um momento em que as relações entre Brasil e EUA atravessam turbulências, com tarifas de 50% aplicadas a produtos brasileiros e sanções recentes amparadas na Lei Magnitsky, que afetam aliados do governo em Washington.
Gesto simbólico
Nos bastidores da ONU, Trump declarou que havia “boa química” com Lula e prometeu um encontro maior em breve. Na prática, o contato se limitou a segundos — um aperto de mão e sorrisos protocolares.
A expectativa inicial era de uma reunião formal ainda em Nova York, mas o Planalto recuou.
Pressão de tarifas e sanções
O pano de fundo da decisão não é apenas logístico. O governo norte-americano mantém tarifas de 50% sobre o aço brasileiro e ampliou medidas de restrição a figuras próximas do governo.
Além disso, a Lei Magnitsky já foi acionada contra autoridades do STF acusadas de violações de direitos e corrupção, acirrando o mal-estar diplomático. Nesse cenário, um encontro presencial poderia expor ainda mais Lula a cobranças públicas.
O que esperar da conversa virtual
Segundo Vieira, o importante é manter o canal aberto. O telefonema ou a videoconferência deve ocorrer na próxima semana, com foco em comércio e cooperação internacional.
Embora sem a força de um encontro frente a frente, o gesto servirá para medir o tom e testar a disposição de Trump em negociar. Para o Planalto, é uma forma de ganhar tempo, reduzir exposição e, ao mesmo tempo, não fechar portas.
Pontos principais
- Planalto recua e confirma que conversa entre Lula e Trump será remota
- EUA mantêm tarifas de 50% e aplicam sanções via Lei Magnitsky, elevando tensão
- Contato virtual busca abrir diálogo sem foto pública em meio ao mal-estar diplomático