Com a Selic em patamares elevados, com a previsão de chegar aos 15%, e a inflação pressionando o mercado, os Fundos Imobiliários (FIIs) enfrentam atualmente um cenário desafiador. A volatilidade das taxas de juros e as incertezas fiscais levam muitos investidores a liquidarem suas posições, amargando prejuízos. Mas para a analista CNPI, Maria Fernanda Violatti, o momento pode ser também positivo para quem investe pensando no futuro: “Na minha visão, há uma oportunidade única para aqueles que buscam ativos com fundamentos sólidos e estão dispostos a manter uma visão de longo prazo”, explica.
Os FIIs de tijolo enfrentam maior pressão no curto prazo, especialmente no setor de escritórios, devido ao ambiente de juros altos e ao cenário global incerto. A vacância em lajes corporativas, por exemplo, permanece elevada em grandes centros como São Paulo, enquanto os shoppings enfrentam o impacto de um consumo mais contido.
Por outro lado, os FIIs de papel demonstram maior resiliência, beneficiando-se da indexação de seus CRIs ao IPCA e ao CDI, garantindo uma distribuição de dividendos mais robusta, mesmo em tempos de incerteza.
Setores Promissores
1. Galpões Logísticos
O setor de logística continua sendo um dos mais resilientes, impulsionado pela demanda crescente do comércio eletrônico e da logística “last mile”. Fundos com galpões bem localizados e contratos de longo prazo com inquilinos de alto perfil estão melhor posicionados para capturar valor em 2025.
2. Fundos de Papel (Recebíveis Imobiliários)
Com a inflação e o CDI elevados, os fundos de papel oferecem uma excelente capacidade de distribuição de dividendos. No entanto, a preferência deve ser por fundos com créditos high grade, protegidos por amplas garantias, que minimizem riscos de inadimplência.
3. Outras Oportunidades
– Shoppings, que podem se beneficiar de uma recuperação gradual do consumo;
– Residenciais, impulsionados pela demanda consistente por moradia;
– Lajes corporativas, que, embora desafiadas, apresentam descontos expressivos;
– FOFs e Hedge Funds, que possibilitam diversificação estratégica em diferentes segmentos do mercado imobiliário.
“No cenário atual, não dá pra sair comprando qualquer FII. Análise criteriosa e seletividade são cruciais. Minha dica é que os investidores procurem gestores experientes, capazes de navegar pela volatilidade, e invistam em ativos descontados, mas com fundamentos sólidos que garantam resiliência e potencial de valorização no longo prazo”, conclui a analista.