A fusão entre Azul e Gol promete transformar o setor aéreo brasileiro, mas enfrenta obstáculos regulatórios significativos. As duas empresas assinaram um memorando de entendimento (MoU) para formar uma nova companhia, mantendo as marcas separadas, mas com operações combinadas. O mercado reagiu positivamente à notícia, com as ações da Azul subindo 5%, para R$ 4,62, e as da Gol avançando 8%, atingindo R$ 1,76, logo após o anúncio.
A fusão busca criar uma gigante do setor, com uma rede combinada de 200 destinos, incluindo possíveis expansões para os Estados Unidos e Europa. A análise do Goldman Sachs sugere que a nova companhia poderia controlar a maioria do conselho administrativo, devido à fusão das ações da Azul com as da Abra, controladora da Gol.
Analistas do BTG Pactual consideram a fusão uma estratégia de consolidação para superar desafios financeiros enfrentados por ambas as empresas. A Gol, que pediu recuperação judicial nos Estados Unidos, e a Azul, que renegociou suas dívidas, visam sinergias como a otimização de frota e expansão de rotas. A Azul estima uma economia de até 40% por voo ao realocar aeronaves.
Entretanto, a fusão ainda depende de aprovação dos órgãos reguladores, incluindo o CADE e a ANAC. A conclusão da recuperação judicial da Gol, prevista para abril de 2025, é outro fator crucial para o fechamento da operação. Além disso, o BTG Pactual alerta para a importância da definição da proporção de troca de ações, que determinará a participação de cada grupo na nova empresa.