Selic elevada

Galípolo fala em Selic mais alta e Lula evita críticas

Gabriel Galípolo diz que Selic elevada é necessária para controlar a inflação, embora desconfortável para a sociedade.

Galípolo fala em Selic mais alta e Lula evita críticas
  • O Banco Central aumenta a Selic para 13,25% e projeta elevação para 14,25%
  • O desconforto com os juros elevados é temporário, mas necessário para controlar a inflação
  • Galípolo defende uma política monetária cautelosa, com reações mais agressivas a altas e mais cautelosas a cortes

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou na quarta-feira (12) que a taxa básica de juros, a Selic, está caminhando para um patamar “historicamente elevado”. Mas, que esse nível é necessário para controlar a inflação e garantir a estabilidade econômica.

Em um evento promovido pelo Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças (Iepe/CdG), no Rio de Janeiro, Galípolo ressaltou que, apesar do desconforto gerado pela elevação dos juros, a medida é segura para alcançar a meta de inflação estabelecida pelo governo.

Aumento da Selic

Em janeiro de 2025, o Banco Central subiu a Selic para 13,25% ao ano e, segundo indicações de Galípolo, a taxa deve chegar a 14,25% ao ano em março.

A Selic está acima de 10% há três anos e, de acordo com as projeções de analistas financeiros, pode atingir 15% ainda neste ano, o maior nível desde 2006.

Essa elevação serve para controlar a inflação, que no acumulado de 12 meses está em 4,56%, acima da meta de 3% e também do teto permitido de 4,5%. Para o presidente do Banco Central, essa medida é essencial para alcançar o controle dos preços. Assim, garantindo que a economia brasileira retome a estabilidade.

Apesar da necessidade de manter os juros elevados, Galípolo admitiu que o nível de juros está “desconfortável” tanto para empresas quanto para famílias. O processo de ajuste para atingir a meta de inflação envolve desafios para a sociedade. E, segundo o presidente do Banco Central, o Brasil precisará enfrentar esse desconforto no curto prazo.

No entanto, ele acredita que os efeitos da política monetária, embora dolorosos inicialmente, começarão a apresentar resultados gradativos no controle da inflação.

Reação preventiva

Galípolo também comentou sobre a abordagem do Banco Central frente à política monetária. Segundo ele, a autoridade monetária deve ser preventiva, tomando decisões antes que as situações se agravem.

Ele defendeu uma política “assimétrica” no que diz respeito às altas e baixas da Selic. Para ele, o Banco Central deve ser mais agressivo nas altas da taxa de juros, como é o caso atual, mas deve ser mais cauteloso ao decidir por um corte, especialmente quando há sinais incertos na economia.

Esse tipo de postura garante que o Banco Central não reaja de forma precipitada a dados econômicos voláteis e de curto prazo. Além disso, Galípolo afirmou que o Banco Central tomará o tempo necessário para ter a certeza de que os dados da atividade econômica são consistentes, e não apenas “ruídos” de curto prazo.

Ele ressaltou que a instituição está acompanhando de perto os indicadores econômicos e que, até a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em março, a instituição seguirá analisando os dados para ajustar sua estratégia de forma adequada.

O papel de Galípolo

O presidente do Banco Central também comentou as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que Galípolo “vai consertar os juros”.

De acordo com o presidente do BC, essa é uma tarefa que requer tempo e paciência, já que a política monetária exige ajustes gradualistas e acompanhamento contínuo dos indicadores econômicos.

Galípolo destacou que o trabalho do Banco Central é avaliar a economia com base em dados concretos. Dessa forma, tomando decisões que levem a economia a um caminho sustentável no longo prazo. Contudo, sem recorrer a medidas excessivas que possam gerar volatilidade.

A principal missão do BC neste momento é controlar a inflação. E, Galípolo afirmou que, mesmo com o desconforto gerado pela Selic elevada, a meta de inflação precisa ser alcançada.

Ele reconheceu que o processo será difícil para a população, mas ressaltou que o objetivo maior é garantir a estabilidade econômica e financeira do país.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ