PT critica aumento da Selic mas defende Galípolo

Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias criticam decisão do Banco Central e o legado de Campos Neto, mas defendem o novo presidente Galípolo.

PT critica aumento da Selic mas defende Galípolo
  • Gleisi Hoffmann criticou o aumento da Selic, mas isentou Gabriel Galípolo, destacando o legado de Campos Neto
  • Líderes do PT apontaram que Galípolo teve pouca escolha, pois o aumento já estava decidido pela gestão anterior
  • Lindbergh Farias classificou o aumento da Selic como um “desastre” que pode desacelerar a economia e afetar as finanças públicas

A presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, fez duras críticas ao aumento de 1 ponto porcentual na taxa Selic, anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (29).

Segundo Gleisi, essa decisão, que elevou a taxa de juros de 12,25% para 13,25%, foi prejudicial ao Brasil e não encontra respaldo nos fundamentos da economia real. No entanto, a petista fez questão de isentar o novo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, de responsabilidades diretas por essa medida. Dessa forma, argumentando que ele não teria alternativa, dado que a decisão foi tomada pela gestão anterior da autarquia.

“O novo aumento da taxa básica de juros, já determinado desde dezembro pela direção anterior do Banco Central e anunciado hoje, é péssimo para o País e não encontra qualquer explicação nos fundamentos da economia real”, afirmou Gleisi em um post nas redes sociais, utilizando o X (antigo Twitter).

Pouca margem para manobra

A deputada destacou que, embora a elevação seja prejudicial, Galípolo teve pouca margem para manobras, pois a decisão estava praticamente definida pela gestão de Roberto Campos Neto, antecessor de Galípolo no comando do BC.

Gleisi também se referiu ao desafio do novo presidente do Banco Central em reposicionar as expectativas do mercado e ajustar a política da instituição. Destacando que, apesar de críticas à medida, o novo chefe do BC precisava lidar com as consequências do legado deixado por sua gestão anterior.

“Sabemos que não resta muita alternativa ao novo presidente do BC, Gabriel Galípolo. Restam desafios para reposicionar as expectativas do mercado e a orientação da instituição que dirige”, completou.

O aumento da Selic e suas implicações

A decisão do Copom de elevar a Selic em 1 ponto porcentual foi a primeira reunião sob a presidência de Gabriel Galípolo, que assumiu o cargo em 1º de janeiro deste ano.

Embora o mercado já esperasse uma elevação dessa magnitude devido a sinalizações de dezembro, quando Roberto Campos Neto ainda estava no comando do BC, a medida gerou uma onda de críticas de parlamentares e setores ligados ao governo.

A presidente do PT, ao comentar o impacto da decisão, ressaltou que o aumento nos juros vai piorar a situação fiscal do país. Assim, tornando a dívida pública mais cara, e dificultar ainda mais o acesso ao crédito. Dessa forma, o que pode prejudicar famílias endividadas e sufocar o crescimento econômico.

Ela também apontou que o aumento das expectativas de inflação, conforme o relatório Focus do Banco Central, demonstra que o mercado não acredita na eficácia da política monetária atual para controlar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Esse dado, segundo Gleisi, reflete a percepção de que a política de juros altos não está cumprindo sua função de controlar a inflação de forma eficiente. E, dessa forma, está gerando um cenário de estagnação econômica.

Lindbergh e a crítica ao legado de Campos Neto

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) também se manifestou nas redes sociais. Contudo, reforçando a crítica ao aumento da taxa Selic e condenando o que chamou de “legado desastroso” deixado por Roberto Campos Neto.

Farias considerou a elevação da Selic como um “desastre” que pode provocar uma desaceleração excessiva da economia brasileira. Assim, além de ter um grande impacto fiscal negativo.

Para o deputado, a alta dos juros vai gerar dificuldades adicionais para o país. Ainda, como a pressão sobre o orçamento público e o aumento do custo da dívida.

Farias criticou a ação de Campos Neto, que, na última reunião do Copom sob sua presidência, deixou encaminhada a decisão de dois aumentos consecutivos de 1 ponto porcentual.

Ele afirmou que o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, não teria muitas opções para reverter essa decisão. Dessa forma, sem que causasse uma grande crise de credibilidade institucional.

“É inaceitável a armadilha criada por Roberto Campos Neto. Gabriel Galípolo não tinha muita alternativa de mudar essa rota, neste primeiro momento, sem criar uma grande crise”, disse Lindbergh, destacando que o principal desafio da nova gestão do Banco Central será equilibrar o controle da inflação com o crescimento econômico e a geração de empregos.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ