
- 49% dos brasileiros acreditam que Lula saiu fortalecido politicamente após encontro com Trump
- Lulistas veem vitória clara, mas bolsonaristas apontam enfraquecimento
- 51% acreditam que Lula e Trump vão se dar bem em futuros encontros
O breve encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, em Nova York, virou munição política no Brasil. Apesar da duração inferior a um minuto, a reunião foi suficiente para impactar a opinião pública.
De acordo com pesquisa da Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (8), 49% dos brasileiros acreditam que Lula saiu mais forte politicamente. O resultado surpreendeu analistas, já que o encontro ocorreu em meio ao tarifaço imposto pelos EUA contra exportações brasileiras e às sanções aplicadas a autoridades do governo e do Judiciário.
Lulistas enxergam vitória clara
Entre os eleitores lulistas, 78% avaliaram o encontro como positivo para o presidente. Já entre a esquerda não lulista, o número chega a 75%. Mesmo no grupo dos que não têm posicionamento político, 44% consideraram Lula fortalecido, contra 25% que apontaram enfraquecimento.
Do outro lado, a percepção é diferente. Entre os bolsonaristas, 51% acreditam que o petista saiu mais fraco da reunião, enquanto apenas 26% afirmam que ele se fortaleceu. A divisão mostra como o episódio foi interpretado de forma distinta de acordo com a visão política de cada eleitorado.
Esse contraste reforça o peso simbólico da conversa, já que o encontro foi rapidamente explorado nos discursos de ambas as bases, criando narrativas opostas sobre seus efeitos.
Trump elogia Lula e aumenta repercussão
O presidente americano fez questão de destacar a reunião em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU. Ele disse ter sentido uma “química excelente” com Lula e afirmou: “Ele parece um homem muito legal. Eu gostei dele e ele gostou de mim”.
A fala repercutiu no Brasil, onde 57% dos eleitores afirmam ter ouvido os elogios de Trump ao presidente. Para analistas, esse gesto ajuda a reforçar a narrativa de que Lula ganhou protagonismo no palco internacional mesmo em meio a divergências comerciais e diplomáticas.
A percepção positiva ajudou a deslocar o foco do tarifaço e das sanções impostas recentemente pelos EUA, criando uma brecha de valorização política para Lula dentro do cenário doméstico.
Expectativas para próximos encontros
A pesquisa também testou o que os eleitores esperam de Lula em futuros encontros com Trump. 51% acreditam que os dois vão se dar bem, enquanto 36% apostam em conflitos. Outros 13% preferiram não opinar.
Além disso, 65% defendem que Lula adote uma postura amigável, contra 25% que querem uma abordagem mais dura. O dado mostra que a maioria prefere cautela e diálogo no relacionamento com o republicano.
O instituto ouviu 2.004 eleitores presencialmente entre os dias 2 e 5 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com 95% de confiança.