
- Anglo e Teck anunciam fusão de US$ 53 bi, criando a Anglo Teck
- Aposta é no cobre, impulsionado por veículos elétricos e IA
- Mercado reage com alta das ações, mas rivais podem interferir
O setor global de mineração vive sua maior movimentação em mais de uma década. A Anglo American e a Teck Resources anunciaram nesta terça-feira (9) um acordo histórico de fusão, criando a Anglo Teck, empresa que terá valor de mercado superior a US$ 53 bilhões.
Pelo acerto, os acionistas da Anglo deterão 62,4% da nova companhia, enquanto os da Teck ficarão com 37,6%. A sede será no Canadá, mas as ações serão listadas em Londres, mantendo alcance global.
Mercado reage e cobre ganha protagonismo
O anúncio impulsionou as ações das mineradoras. Em Londres, os papéis da Anglo American subiram mais de 7%, no maior avanço em um ano, enquanto a Teck valorizou 10,4% no pré-mercado em Nova York.
A fusão é vista como uma aposta clara no cobre, metal estratégico para veículos elétricos e data centers movidos a inteligência artificial. O movimento também sinaliza uma tentativa de frear a ofensiva de rivais como Glencore e BHP, que já vinham sondando aquisições no setor.
Segundo o CEO da Anglo, Duncan Wanblad, a operação cria uma plataforma financeira mais robusta e flexível, com maior capacidade de realocar capital para projetos de alto retorno.
Eficiência, sinergias e riscos no radar
A expectativa é que a Anglo Teck gere US$ 800 milhões em economias anuais até o quarto ano de fusão, especialmente em minas no Chile, onde as duas companhias já atuam lado a lado.
Para os analistas, o ganho operacional é relevante, mas não elimina os riscos. O negócio ainda depende de aprovações regulatórias, processo que pode levar entre 12 e 18 meses.
Além disso, não está descartada a entrada de novos competidores no jogo. A Glencore pode tentar disputar a Teck, enquanto a BHP pode enxergar na movimentação uma oportunidade para expandir seu portfólio de cobre.