Despesas obrigatórias

Governo esconde R$ 28,8 bi em gastos, aponta consultoria da Câmara

Consultoria da Câmara dos Deputados aponta pressões e ajustes no Projeto de Lei Orçamentária Anual, com aumento das despesas obrigatórias.

camara dos deputados sessao plenaria semipresencial wdol abr 02983105234
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  • Consultoria aponta R$ 22,8 bilhões a mais no orçamento devido a pressões fiscais e ajustes necessários
  • O aumento do salário mínimo e a inflação de 2024 geram R$ 45,6 bilhões em despesas adicionais
  • Medidas como o aumento do limite de despesas e o pacote “Brasil mais Forte” ajudam a mitigar as pressões, mas não cobrem totalmente o aumento dos gastos

A Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conof) da Câmara dos Deputados divulgou um estudo técnico sobre o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2025, apontando que haverá um aumento de R$ 22,8 bilhões nos gastos do governo federal.

Os consultores Dayson de Almeida e Paulo Bijos, do Núcleo de Economia e Assuntos Fiscais da Conof, elaboraram o estudo “Projeções fiscais e orçamentárias: o desafio das despesas discricionárias”.

A análise aponta que o aumento se deve tanto às pressões financeiras, como o aumento de salários e a inflação, quanto aos ajustes orçamentários para programas do governo.

Preocupação crescente

O aumento das despesas discricionárias em 2025 é uma preocupação crescente, pois implica que o governo terá que lidar com uma série de gastos imprevistos e ajustes orçamentários para atender a essa demanda crescente.

O estudo dos consultores identificou pressões fiscais de R$ 45,6 bilhões, que são responsáveis por grande parte do aumento dos gastos. Entre as principais pressões estão o impacto do aumento do salário mínimo, que subiu R$ 106, passando de R$ 1.412 para R$ 1.518, E, gerou, portanto, uma pressão de R$ 32,8 bilhões.

Essa alta no salário mínimo, somada a R$ 12,8 bilhões com ajustes no projeto de 2025, representa uma importante parte das despesas obrigatórias do governo. Bem como, benefícios previdenciários e o abono salarial.

Inflação e suplementações orçamentárias

Além das questões salariais, outro ponto de pressão abordado pela Conof é a inflação de 2024, que fechou o ano em 4,83%, superando a expectativa de 4,23%. Isso leva a um aumento nas despesas obrigatórias, como os ajustes no auxílio gás e o programa Pé-de-Meia.

O estudo aponta que o governo precisará suplementar R$ 2,8 bilhões para ajustar a previsão de gastos do auxílio gás. Cujo valor aprovado para 2025 era de R$ 600 milhões, mas que, em 2024, atingiu R$ 3,4 bilhões.

O programa Pé-de-Meia, uma das principais bandeiras do governo Lula, será incluído no orçamento de 2025 após o Tribunal de Contas da União (TCU) suspender R$ 6 bilhões. Contudo, o que aumentará a despesa em R$ 10 bilhões.

Alívios no orçamento

Por outro lado, o estudo também apresenta alguns alívios que podem ajudar a equilibrar o orçamento. O aumento do limite de despesa primária do Poder Executivo de R$ 2.161,9 bilhões para R$ 2.174,3 bilhões em 2025 foi uma medida que ajudará a atenuar o impacto das pressões.

Essa mudança foi impulsionada, em parte, pela inflação do ano anterior. A consultoria também destacou as economias promovidas pelo pacote “Brasil mais Forte”, que geraram uma redução de R$ 10,4 bilhões no orçamento. Essas medidas de alívio, embora importantes, não são suficientes para mitigar totalmente as pressões fiscais.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.