O governo japonês descartou a possibilidade de adotar reservas em Bitcoin, esclarecendo sua posição após questionamentos do membro da Câmara dos Conselheiros, Satoshi Hamada. A resposta, emitida em nome do Primeiro-Ministro Shigeru Ishiba, deixou claro que o governo não considera a incorporação de ativos digitais em sua estratégia de reservas.
De acordo com o documento, o Japão continuará focado em moedas fiduciárias tradicionais, como o dólar americano e o euro, para gerenciar suas reservas estrangeiras. O governo enfatizou que o Fundo Especial para Câmbio Estrangeiro, regulamentado pelo Artigo 20 da Lei de Controle de Câmbio e Comércio Exterior, é projetado exclusivamente para operações envolvendo moedas estrangeiras convencionais.
Volatilidade do Bitcoin em Foco
O governo japonês explicou que a inclusão de Bitcoin ou outras criptomoedas como ativos estratégicos de reserva não se alinha com os objetivos estabelecidos pela legislação vigente. “Bitcoin é muito volátil”, foi uma das justificativas apresentadas, refletindo a cautela do Japão em relação à incerteza regulatória e à volatilidade que ainda cercam o mercado de criptomoedas.
Embora países como os Estados Unidos estejam explorando diferentes abordagens no uso de criptomoedas, o Japão mantém seu foco na estabilidade financeira e na segurança econômica, priorizando ativos tradicionais em suas reservas oficiais. Essa decisão sublinha a prudência do governo japonês frente ao crescente interesse global em ativos digitais.
BlackRock: Bitcoin se destaca como ativo estratégico em 2025
O relatório “Global Outlook 2025” do BlackRock Investment Institute apresenta uma análise abrangente sobre o futuro do Bitcoin e seu papel no mercado financeiro global. A BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, com mais de US$ 10 trilhões sob gestão, descreve o cenário econômico global como um período de transição estrutural, onde o Bitcoin se destaca como um ativo de importância crescente, especialmente para investidores institucionais.
Segundo a BlackRock, as economias globais estão passando por transformações impulsionadas por três fatores principais: a adoção massiva da inteligência artificial, a transição energética rumo à descarbonização e as crescentes tensões geopolíticas que fragmentam o comércio global e os fluxos de capital. Esses fatores estão gerando uma ruptura nos padrões tradicionais de investimento, alterando as correlações históricas entre classes de ativos.
Nesse contexto, o Bitcoin emerge como um ativo singular, possuindo características que o diferenciam de outras opções disponíveis no mercado. A gestora ressalta que a oferta limitada da criptomoeda e o aumento da adoção tanto como reserva de valor quanto como tecnologia de pagamento reforçam sua posição como um ativo alternativo.