Trabalho Escravo

Governo Lula beneficia irmãos Batista e não inclui JBS em lista suja de trabalho escravo

foto/reprodução logo JBS
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O Ministério do Trabalho decidiu não incluir a JBS na lista suja do trabalho escravo, mesmo após denúncias de condições degradantes em fornecedores no Rio Grande do Sul. A medida, inédita desde a criação do cadastro em 2003, foi tomada diretamente pelo ministro Luiz Marinho.

A decisão causou surpresa no setor, já que a lista é considerada um dos principais instrumentos de combate ao trabalho escravo no Brasil. A postura do governo levantou críticas de especialistas e provocou renúncias entre auditores fiscais.

Decisão sem precedentes

O caso começou após operações de fiscalização que identificaram trabalhadores em situações precárias em granjas fornecedoras da JBS (JBSS3). Normalmente, empresas flagradas em tais condições entram automaticamente no cadastro de trabalho escravo.

No entanto, o ministro decidiu avocar o processo e assumir a decisão final, alegando que o episódio possuía “complexidade fática e jurídica” e impacto nacional relevante. Essa prerrogativa é prevista em lei, mas nunca havia sido usada nesse tipo de caso.

A medida mudou o caráter do processo, retirando o peso técnico e transformando a decisão em um ato político que beneficia a empresários aliados do Governo Lula.

Reação dos auditores

A escolha do governo provocou revolta dentro da própria pasta. Ao menos nove chefias regionais de fiscalização pediram exoneração em protesto contra a interferência. Para os auditores, houve ruptura de confiança e enfraquecimento do sistema de combate ao trabalho escravo.

Eles argumentam que a decisão ameaça a credibilidade internacional do Brasil, já que a lista suja é utilizada por bancos e fundos de investimento para avaliar riscos antes de conceder crédito.

A renúncia coletiva reforça a percepção de que a medida abre brechas para futuras pressões políticas sobre fiscalizações que envolvem grandes empresas.

Posição da empresa e críticas externas

Em nota, a JBS declarou ter “tolerância zero” com violações trabalhistas e informou que encerrou contrato com a fornecedora envolvida nas denúncias. A companhia disse colaborar com as autoridades para garantir práticas corretas em sua cadeia produtiva.

Apesar disso, organizações civis e especialistas destacam que a decisão enfraquece a efetividade da lista suja e pode criar precedentes perigosos para blindar grandes grupos econômicos.

Para analistas, o episódio marca um retrocesso no combate à exploração laboral e expõe a influência de fatores políticos em uma área que deveria ser estritamente técnica.

Pontos principais

  • Ministério do Trabalho usou prerrogativa inédita para poupar a JBS da lista suja
  • Auditores renunciaram em protesto contra suposta interferência política
  • Críticos apontam risco de enfraquecimento do combate ao trabalho escravo no Brasil
Fernando Américo
Fernando Américo

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.