
O governo Lula manifestou publicamente o interesse de ampliar exportações para Belarus, recém-integrado como parceiro do BRICS. Segundo o embaixador Flavio Goldman, a meta é que o Brasil se mantenha como o maior parceiro comercial na América Latina para Minsk.
Entretanto, há fortes preocupações:
- Autoritarismo e repressão interna: o governo de Alexander Lukashenko está sob sanções internacionais por reprimir opositores políticos e permitir o uso do território por tropas russas .
- Alinhamento estratégico com Rússia e China: Belarus intensifica sua coordenação com ditaduras, contrapondo-se às democracias ocidentais .
- Déficit crônico: O desequilíbrio de quase US$ 42 milhões em 2024 evidencia a fragilidade econômica dessa relação.
Analistas alertam que, ao priorizar mercados autoritários, o Brasil poderia:
- Expor empresas nacionais a riscos reputacionais, sendo acusadas de fomentar regimes considerados ilegítimos.
- Enfraquecer laços com mercados democráticos tradicionais, sobretudo em tempos de instabilidade global.
- Desperdiçar potencial econômico em Belarus, país com baixíssimo apetite de importações (US$ 5,6 mi em 2024).
Riscos e Implicações da Aposta em Mercados Autoritários
Essa decisão representa uma aposta numa economia de risco, politicamente alinhada à Rússia e vetada por parte do mundo democrático. A curto prazo ela pode oferecer ganhos pontuais para setores como agronegócio, mas a médio prazo acende o alerta: será que vale a pena atrelarmos nossa diplomacia comercial a um regime que caminha cada vez mais no rumo de Moscou?