- O Governo Lula é acusado de recusar auxílio Uruguaio para o Rio Grande do Sul
- O RS enfrenta uma crise decorrente das intensas chuvas e inundações, que resultaram em estado de Calamidade Pública
- A Secom emitiu um comunicado “contrapondo” em resposta a uma matéria publicada pela Folha de S. Paulo
O governo federal rejeitou as alegações de recusa de assistência do Uruguai ao Rio Grande do Sul. Ainda, declarando que um helicóptero cedido pelo país já está atuando na região. O Estado enfrenta uma crise decorrente das intensas chuvas e inundações, que resultaram em mais de 100 mortes até o momento.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) emitiu um comunicado no início da tarde em resposta a uma matéria publicada pela Folha de S. Paulo na segunda-feira (7), intitulada “RS pede ajuda, Uruguai oferece lanchas, avião e drones, mas governo Lula dispensa”. Na nota, a Secom declarou que as alegações de que o Brasil teria rejeitado a assistência do Uruguai são “inverídicas”.
Segundo a matéria, a nota oficial do Ministério da Defesa mencionou que o Comando Militar Conjunto “recusou” a oferta do avião uruguaio devido a “limitações nas pistas disponíveis para pouso em Porto Alegre”. O jornal relata que o ministério afirmou que o Brasil já dispunha de uma aeronave adequada para atender às demandas de transporte.
No entanto, a Secom rebateu, explicando que além do helicóptero, o Uruguai também propôs o uso de um avião específico. Após uma análise técnica do governo, concluí-se, portanto, “que essa aeronave não seria adequada para a operação necessária”. Portanto, “decidimos que não havia necessidade de aceitar o equipamento oferecido”, afirmou a nota.
Mentira sobre o episódio
Às 20h, a Folha publicou uma nova reportagem acusando o governo de mentir sobre o episódio. O jornal alega ter mencionado o empréstimo do helicóptero no primeiro texto, mas afirma que a Secom não esclareceu a recusa pelo empréstimo de barcos e drones destinados ao resgate de pessoas. Além disso, o jornal relata que o representante do governo do Rio Grande do Sul em Brasília, José Henrique Medeiros Pires, afirmou à publicação que existem outras pistas em operação no Estado que poderiam receber a aeronave uruguaia.
Ainda, às 22h36, a Secom emitiu uma segunda nota oficial na qual afirma que a Folha não conseguiu comprovar a falsidade do governo no caso. O órgão classificou a acusação de que o governo mentiu como “grave”, portanto, destacando que os posicionamentos do Ministério da Defesa e da Secom não são contraditórios.
“O governo brasileiro não recusa auxílio do Uruguai. O Brasil recebeu do país vizinho, e é grato por isso, o empréstimo de um helicóptero, tripulação, manifestações de solidariedade, manutenção da oferta do avião e outros equipamentos em caso de necessidade. São todas ofertas muito bem-vindas. Há uma distância não desprezível entre a reestruturação da oferta às necessidades específicas da operação e a afirmação, falsa, de que o Brasil recusa ajuda do Uruguai”, descreve a nota da Secom.
O órgão, contudo, não aborda a alegada recusa da oferta de utilização de barcos e drones na área.
Avaliação do governo Lula caiu 5 pontos de janeiro a maio
A pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) revelou que a avaliação positiva do governo de Lula diminuiu 5,3 pontos entre janeiro e maio. De acordo com os dados, 37,4% dos entrevistados consideram a gestão como positiva. Somando os 12,6% que a classificam como ótima e os 24,8% que a veem como boa.
Em contrapartida, a avaliação negativa do governo aumentou mais de dois pontos, alcançando 30,5% em maio. Destes, 8,0% consideram a gestão como ruim e 22,5% a classificam como péssima. 30,6% dos entrevistados consideraram a gestão como regular. Outros 1,5% não souberam ou não responderam.
Entre os dias 1º e 5 de maio, pesquisadores conduziram entrevistas presenciais com 2.002 pessoas. Apresentando, assim, uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais e um nível de confiança de 95%.
Em janeiro, quando a CNT divulgou sua pesquisa anterior, a avaliação positiva era de 42,7%, com 14,2% classificando a gestão como ótima e 28,5% como boa. Na pesquisa anterior, a soma de “ruim” e “péssimo” representava 27,9% das respostas, enquanto aqueles que consideravam o governo regular eram 28,1%.