GPA sai da bolsa de Nova York e foca nas operações do Brasil

• ADSs representaram apenas 0,3% do volume global de negociações da empresa nos últimos 12 meses
• Deslistagem da NYSE visa cortar despesas com obrigações regulatórias e simplificar estrutura corporativa
• GPA manterá suas ações listadas exclusivamente na B3, no Novo Mercado, principal mercado da companhia

O GPA (PCAR3), um dos maiores grupos varejistas do Brasil, tomou uma decisão estratégica importante ao protocolar na última sexta-feira (18) o Formulário 15F junto à SEC (Securities and Exchange Commission), órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos.

O documento formaliza o pedido de cancelamento de registro da companhia naquele país, o que marca o início de seu processo de saída da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).

Com esse protocolo, o GPA suspende imediatamente suas obrigações regulatórias junto à SEC. Salvo manifestação em contrário por parte do regulador norte-americano, essas obrigações serão definitivamente encerradas dentro de um prazo de 90 dias.

A medida integra o plano da companhia de simplificar sua estrutura corporativa e reduzir custos operacionais e regulatórios relacionados à manutenção de seu programa de American Depositary Shares (ADSs).

No comunicado oficial, a empresa destaca que, nos últimos 12 meses, os ADSs representaram apenas 0,3% do Volume Médio Diário de Negociações (ADTV) em relação ao volume global de ações do grupo. Diante desse cenário de baixa liquidez nos Estados Unidos, a permanência na NYSE deixou, portanto, de ser considerada estratégica ou eficiente.

Deslistagem visa corte de custos e foco no mercado doméstico

A decisão de encerrar a presença na bolsa norte-americana reflete a busca do GPA por uma estrutura mais enxuta e voltada às suas operações principais.

A empresa afirma que a retirada dos papéis do mercado norte-americano está alinhada com seu compromisso de otimizar recursos. E, assim, concentrar esforços onde há maior volume e relevância para seus investidores: a bolsa brasileira.

A simplificação do processo de reports e de obrigações periódicas também pesou na escolha. Ao manter apenas as ações ordinárias listadas na B3, no segmento do Novo Mercado, o GPA pretende manter o foco na transparência e na competitividade. No entanto, sem os custos adicionais impostos pelas exigências da SEC.

Essa decisão segue uma tendência observada entre diversas empresas brasileiras que optam por sair do mercado americano quando o volume de negociação não justifica os encargos administrativos e regulatórios. Para o GPA, o principal canal de relacionamento com investidores permanece sendo a B3, onde a companhia possui maior liquidez e visibilidade.

Companhia segue comprometida com governança

Apesar da saída da NYSE, o GPA reforça seu compromisso com altos padrões de governança e transparência. A permanência no Novo Mercado da B3 assegura a manutenção das boas práticas exigidas por esse segmento. Assim, o que inclui divulgação clara de informações e respeito aos direitos dos acionistas minoritários.

A companhia ainda acredita que, ao concentrar suas ações em um único mercado, poderá aprimorar sua comunicação com investidores, reduzir complexidade operacional e gerar valor de forma mais eficiente.

O GPA também garante que os acionistas norte-americanos que possuíam ADSs poderão convertê-los em ações ordinárias negociadas na B3. Contudo, mediante solicitação aos seus agentes custodiante e depositário.

A medida é mais um passo no processo de reestruturação que o GPA vem conduzindo nos últimos anos, com o objetivo de recuperar competitividade. Além de reforçar sua presença no varejo nacional e tornar suas operações mais sustentáveis e eficientes.