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Greve na CVM? Servidores paralisam serviços

Os colaboradores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) iniciaram uma ação denominada "operação padrão" para reivindicar melhores salários, resultando na suspensão de alguns serviços da autarquia, embora as funções críticas para o mercado, como a aprovação de registros de ofertas e decisões judiciais, ainda não tenham sido afetadas.

CVM

Os colaboradores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) iniciaram uma ação denominada “operação padrão” para reivindicar melhores salários, resultando na suspensão de alguns serviços da autarquia, embora as funções críticas para o mercado, como a aprovação de registros de ofertas e decisões judiciais, ainda não tenham sido afetadas. O Sindicato Nacional de Servidores da CVM expressa preocupação com as disparidades em comparação com outras carreiras no setor financeiro do Estado, como Banco Central, Receita Federal e SUSEP. Apesar de buscar negociações com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos no ano passado, o sindicato não obteve resposta.

“O MGI não tem nos dado uma ‘devolutiva’ mesmo diante de reiterados pleitos. A nossa mesa específica foi instalada e tivemos apenas uma rodada, enquanto o Banco Central teve três encontros e, embora não tenha fechado acordo, já recebeu uma proposta,” disse Oswaldo Molarino Filho, o presidente do sindicato.

Recentemente, o MGI aprovou um “bônus de eficiência” para servidores da Receita Federal, que estava pendente desde 2016. O SINDCVM argumenta que o descompasso nas conversas aumenta o risco de desequilíbrio salarial e benefícios entre as carreiras. Os servidores da CVM buscam do MGI o mesmo bônus de produtividade da Receita, reposição das perdas salariais devido à inflação, nomenclatura de auditor para cargos de analista e inspetor, requisito de nível superior para agentes executivos no próximo concurso, equiparação salarial dos agentes executivos aos técnicos do Banco Central e dos auxiliares de serviços gerais aos servidores de mesmo nível do IPEA e SUSEP.

Em outubro, os servidores iniciaram a ‘fase 1’ da operação padrão, buscando diálogo sem impactar o cotidiano da autarquia. Diante da falta de progresso nas negociações, avançaram para a ‘fase 2’, impactando reuniões externas, atendimento ao público, participação em grupos de trabalho, fóruns e eventos, agenda regulatória e deliberações em reuniões do colegiado e termos de compromisso. Serviços essenciais ao mercado, como o registro de ofertas públicas de distribuição de títulos, e o andamento da agenda de julgamentos, não foram afetados até o momento, e qualquer impacto nesses aspectos só ocorrerá caso a operação padrão evolua para uma greve nos próximos dias.

“O governo tem sido bem atencioso com a CVM, melhorou o orçamento, liberou o primeiro concurso público em 13 anos,” disse uma fonte próxima à autarquia. “Mas o salário e os benefícios dos servidores estão cada vez mais se descolando das outras carreiras e estamos falando de profissionais especializados. É impossível pensar em enforcement público sem gente capacitada.” O sindicato também alerta para o aumento da evasão dos quadros. 

Na terça-feira, a reunião semanal do Colegiado não ocorreu devido à decisão unânime dos diretores, que atenderam à solicitação de apoio do sindicato para a mobilização em favor do reconhecimento e valorização das carreiras da autarquia.

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