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Um ataque hacker sem precedentes abalou o mundo das criptomoedas. A exchange Bybit, com sede em Dubai, foi alvo de um roubo colossal de US$ 1,4 bilhão – o equivalente a mais de R$7 bilhões! O ataque, que superou os famosos casos da Poly Network e da Ronin Network, já é considerado o maior da história nesse tipo de crime. Mas a pergunta que não quer calar é: para onde foi todo esse dinheiro?
A empresa de segurança blockchain Elliptic, que investiga o caso, aponta o dedo para o Grupo Lazarus, um famoso grupo de hackers da Coreia do Norte, conhecido por seus ataques cibernéticos. Segundo a Elliptic, os criminosos estão usando táticas sofisticadas para lavar o dinheiro roubado e dificultar o rastreamento.
A Elliptic explica que o Grupo Lazarus costuma seguir um roteiro em suas operações de lavagem de dinheiro:
- Troca Rápida: Primeiro, eles trocam os tokens roubados por criptomoedas mais “tradicionais”, como o Ether (ETH), a moeda da rede Ethereum.
- Camuflagem: Depois, começa a fase de “camuflagem”, em que os hackers tentam de tudo para esconder o rastro do dinheiro.
As Táticas de “Camuflagem” dos Hackers
Para despistar as autoridades e empresas de segurança, os hackers lançam mão de diversas estratégias:
- Divisão em Milhares de Carteiras: Eles enviam o dinheiro para um grande número de carteiras digitais, dificultando o rastreamento.
- “Pontes” Entre Redes: Usam as chamadas “bridges” (pontes), que permitem transferir criptomoedas entre diferentes redes (blockchains), tornando o caminho do dinheiro ainda mais confuso.
- Exchanges Descentralizadas (DEX): Realizam trocas de criptomoedas em exchanges descentralizadas, que oferecem mais anonimato do que as exchanges tradicionais.
- Mixers: A Arma Secreta? Uma das ferramentas mais polêmicas são os “mixers”, como o Tornado Cash. Eles misturam diferentes transações de criptomoedas, tornando quase impossível identificar a origem e o destino do dinheiro.
A Elliptic revelou que, em apenas duas horas após o roubo, o dinheiro foi espalhado por 50 carteiras diferentes, cada uma com cerca de 10.000 ETH (o equivalente a milhões de dólares). E não parou por aí: pelo menos 10% do total roubado já foi movimentado, indicando que os hackers estão trabalhando rápido para “limpar” o dinheiro.
A Elliptic também apontou o dedo para um serviço específico, a exchange de criptomoedas eXch, que estaria facilitando a lavagem de dinheiro. Segundo a empresa de segurança, a eXch se recusou a bloquear as transações suspeitas, mesmo após alertas da Bybit. A eXch, por sua vez, negou qualquer envolvimento com o crime.
Enquanto isso, o CEO da Bybit, Ben Zhou, afirmou que a exchange já repôs todo o valor roubado e que, em breve, divulgará um novo relatório auditado para provar que está tudo em ordem. A Bybit tenta tranquilizar seus clientes e mostrar que está tomando todas as medidas para lidar com a crise.