
- Volatilidade extrema: Ações da Hapvida (HAPV3) oscilaram entre queda de 8,41% e alta de 7,96%, fechando em leve baixa de 0,44%
- Resultados do 4T24: Divulgação dos resultados e teleconferência geraram reação cautelosa do mercado
- Impacto de disputas judiciais: Incertezas sobre processos judiciais contribuíram para a volatilidade e cautela dos investidores
As ações da Hapvida (HAPV3) registraram forte volatilidade nesta quinta-feira (20) após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024 e da teleconferência com analistas. Durante a sessão, os papéis chegaram a cair 8,41%, depois reverteram para uma alta de 7,96%, mas encerraram o pregão com leve baixa de 0,44%, cotados a R$ 2,25.
O mercado reagiu com cautela, principalmente em relação às disputas judiciais da empresa, um dos principais fatores de incerteza. Os analistas não enxergaram avanços significativos nesse aspecto, o que manteve parte da pressão sobre os papéis.
Principais pontos negativos do balanço
Os analistas identificaram alguns desafios persistentes no desempenho da Hapvida no trimestre:
- Aumento das provisões judiciais: Crescimento de 30% no trimestre, o que impacta os custos da empresa.
- Depósitos judiciais elevados: Apesar da reclassificação contábil, os valores ainda pressionam o balanço.
- Resultados operacionais fracos: Crescimento modesto de clientes e sinistralidade em patamares elevados.
- Fluxo de caixa fraco: Com aumento da dívida líquida no período.
Apesar desses fatores, um ponto positivo foi o acordo firmado com a Agência Nacional de Saúde (ANS) para reduzir a dívida de reembolso ao SUS, diminuindo o passivo de R$ 2,2 bilhões para R$ 1,4 bilhão.
Ajustes e estratégias para 2025
Na teleconferência com investidores, a Hapvida sinalizou que medidas estão sendo tomadas para conter os desafios e buscar crescimento em 2025. A empresa destacou dois grupos de trabalho para lidar com os bloqueios judiciais:
- Redução da conversão de bloqueios judiciais em desembolsos reais.
- Ações preventivas para evitar novos processos antes que levem a bloqueios.
Além disso, a companhia reforçou que está focada no crescimento, com ampliação das vendas online e melhor controle da sinistralidade. Segundo o presidente-executivo, Jorge Koren de Lima, o primeiro trimestre tende a ser mais fraco sazonalmente, mas a tendência para o ano é de expansão, com níveis de cancelamento em mínimos históricos.
Análise do mercado e perspectivas
O JPMorgan avaliou os resultados da Hapvida como “poluídos” por ajustes contábeis, que dificultam a análise do desempenho real da companhia. O lucro por ação ajustado ficou em R$ 0,02, abaixo das estimativas de R$ 0,05, devido a custos judiciais e despesas financeiras mais altas.
O Ebitda ajustado atingiu R$ 968 milhões, estável em relação ao ano anterior, mas 5% abaixo das previsões do mercado. Apesar do desempenho inferior ao esperado, o banco acredita que as tendências operacionais devem ser priorizadas na análise da empresa, já que os efeitos contábeis tendem a se dissipar ao longo do ano.