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Hapvida: o que fazer com as ações após queda de 40%? Ainda existe "remédio"?

Foto/Reprodução GDI
Foto/Reprodução GDI

Em novembro de 2022, a Hapvida anunciou a saída de Irlau Machado Filho do conselho de administração e do cargo de co-CEO da empresa, posição que ele havia assumido durante a fusão com o Grupo NotreDame Intermédica. Essa decisão gerou uma reação negativa do mercado, com as ações da companhia caindo 3,5% no dia do anúncio. Entretanto, duas semanas depois, a empresa anunciou que Machado permaneceria no conselho até 2024 e integraria outros comitês da operação.

Três meses depois, em 1º de março de 2023, a Hapvida sofreu uma forte queda nas ações, com uma queda de mais de 20% na abertura do pregão e uma queda de 35,86%, cotadas a R$ 2,88 às 12h45. A empresa perdeu R$ 11,3 bilhões em valor de mercado apenas naquele dia, chegando a um valuation de R$ 20,4 bilhões.

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O rombo impressiona quando comparado a outros termos: Antes da fusão, a Hapvida e a NotreDama valiam R$ 55 bilhões cada uma. De acordo com o TradeMap, a perda de valor de mercado da Hapvida naquele dia era equivalente à soma dos valores de mercado da OdontoPrev e da Dasa.

A causa desse recuo intenso foi a divulgação do resultado da empresa referente ao quarto trimestre de 2022. Entre outros indicadores, a Hapvida apurou um prejuízo líquido de R$ 316,7 milhões, contra um lucro líquido de R$ 200,2 milhões no mesmo período do ano anterior. A sinistralidade caixa da operação avançou 8,1 pontos percentuais, para 72,9%, impactada por questões como a maior frequência de utilização dos serviços, sazonalidade desfavorável e custos médicos mais elevados. Já a sinistralidade total cresceu 9,7 pontos percentuais, para 76,9%.

Durante a conferência dos executivos da Hapvida com analistas sobre o balanço, uma das questões mais questionadas foi a sinistralidade da operação. O CEO da Hapvida, Jorge Pinheiro, afirmou que a empresa já tem planos para consolidar um cenário mais favorável, a partir de uma revisão estratégica feita na virada do ano. Esses planos incluem a divisão da operação em três regionais, cada uma com seu nível de maturidade e velocidade de recuperação.

Na primeira regional, onde a empresa já tem um alto nível de verticalização, o processo de recomposição de margens será mais acelerado, com foco na manutenção da disciplina no tíquete médio e nos reajustes. Na segunda regional, a prioridade será recompor o tíquete médio e incrementar a verticalização. A empresa destacou um novo projeto, uma unidade de pronto atendimento no bairro da Barra Funda, em São Paulo, que incluirá a área de diagnóstico e atenderá pequenos procedimentos.

O que dizem os analistas?

Vários bancos e corretoras emitiram suas recomendações sobre a empresa Hapvida (HAPV3) após seus resultados do quarto trimestre de 2022. O Citi reduziu o preço-alvo de R$ 7 para R$ 5, mas manteve a recomendação de compra, enquanto a XP continua com a recomendação de compra e estabeleceu um preço-alvo de R$ 7,90.

Por outro lado, o Goldman Sachs reiterou sua recomendação neutra com um preço-alvo de R$ 6, devido aos resultados fracos do 4TRI, com destaque para o aumento dos custos de venda e maior provisionamento de dívidas de liquidação duvidosa. O BTG também manteve a recomendação de compra e definiu o preço-alvo em R$ 7,50, mas enfatizou que os resultados do 4TRI foram decepcionantes, com aumento significativo da dívida líquida.

Por fim, o Itaú BBA reiterou a recomendação de compra com um preço-alvo de R$ 7, mas apontou que os resultados do 4TRI mostraram tendências consideravelmente piores do que o esperado, especialmente em termos de rentabilidade.

Sobre a Hapvida

A Hapvida é uma empresa brasileira de assistência médica e hospitalar, fundada em 1979, que oferece planos de saúde para pessoas físicas e jurídicas em diversas regiões do país. Com sede em Fortaleza, no estado do Ceará, a Hapvida é uma das maiores empresas de saúde do Brasil, atendendo atualmente mais de 7,2 milhões de clientes em 16 estados brasileiros.