- A Hidrovias cancelou o aumento de capital de até R$ 1,5 bilhão devido à queda no interesse dos investidores, influenciado pela crise econômica
- A empresa firmou acordo com a Ultra para um adiantamento de R$ 500 milhões, visando fortalecer sua estrutura financeira
- O preço das ações da Hidrovias caiu de R$ 3,49 para R$ 2,80, o que afetou a atratividade da operação de aumento de capital
- A Hidrovias planeja um novo aumento de capital em 2025, a ser aprovado pelo conselho, para garantir recursos e apoiar seus investimentos
A Hidrovias do Brasil (HBSA3), uma das principais empresas do setor de transporte fluvial e ferroviário, anunciou recentemente o cancelamento de um aumento de capital de até R$ 1,5 bilhão. Inicialmente previsto para ocorrer ao preço de R$ 3,40 por ação.
A empresa tomou a decisão devido à piora do quadro macroeconômico do Brasil, que reduziu a atratividade da operação para os investidores.
O cenário econômico desafiador, marcado pela inflação persistente e incertezas fiscais, fez com que o interesse pelo aumento de capital proposto fosse abaixo do esperado. Dessa forma, levando a empresa a reavaliar sua estratégia de captação de recursos.
Aprovação
Em agosto de 2023, a companhia havia aprovado um aumento de capital para viabilizar novos investimentos. Ainda, com a expectativa de que a Ultra, seu acionista de referência, exercesse seu direito de preferência na operação.
Na época, a ação da Hidrovias estava cotada a R$ 3,49. Mas, com a deterioração do cenário macroeconômico e o desempenho negativo das ações, que fecharam o último pregão a R$ 2,80, a empresa decidiu cancelar a emissão de novas ações. Que, no entanto, estava prevista para ser realizada entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,49 bilhão.
Apesar dessa reavaliação, a Hidrovias não deixou de buscar alternativas para fortalecer sua posição financeira. A companhia anunciou que assinou com a Ultra um termo para um adiantamento de um futuro aumento de capital de R$ 500 milhões.
Os recursos provenientes desse adiantamento devem ser injetados no caixa da empresa até o dia 27 de dezembro. Assim, com o objetivo de garantir a saúde financeira no curto prazo. Especialmente considerando o vencimento de uma dívida significativa em janeiro de 2025.
Valores recebidos
Em um fato relevante divulgado ao mercado, a Hidrovias do Brasil informou que utilizará os valores recebidos do adiantamento para fortalecer sua estrutura de capital. E, ainda, cobrir obrigações financeiras no curto prazo.
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A decisão de adiar o aumento de capital não é inédita, considerando as dificuldades que muitas empresas têm enfrentado no Brasil devido à volatilidade econômica.
Incerteza econômica
Em momentos de alta incerteza, a confiança dos investidores é frequentemente afetada. Assim, o que pode resultar em dificuldades para a captação de recursos a preços considerados atrativos.
A Hidrovias afirmou que tentou diversas alternativas para viabilizar a operação original, incluindo a prorrogação do prazo para o exercício do direito de preferência. No entanto, a deterioração do cenário macroeconômico e a falta de atratividade da operação nos níveis de preço estabelecidos levaram à conclusão de que o aumento de capital não seria viável.
O setor de transporte no Brasil, particularmente o transporte fluvial e ferroviário, tem mostrado sinais de recuperação nos últimos anos. Mas, ainda enfrenta desafios como os custos elevados de operação e as instabilidades no mercado financeiro.
A Hidrovias do Brasil tem investido continuamente em expansão e modernização de suas operações. Mas, para que esses investimentos se concretizem, é necessário garantir uma base financeira sólida.
O próximo trimestre será crucial para a Hidrovias, que buscará novas formas de garantir que seu fluxo de caixa esteja em linha com as necessidades de sua operação. Além dos objetivos de crescimento de longo prazo.
Viabilidade das operações
A empresa já revelou sua intenção de realizar o aumento de capital no início de 2025, mas terá que navegar por um ambiente ainda instável para garantir a viabilidade dessa operação. O papel da Ultra, como acionista de referência, continua sendo fundamental para o futuro da companhia. Especialmente considerando o contexto de dificuldades econômicas.
O mercado agora aguarda para ver se a Hidrovias conseguirá seguir sua trajetória de crescimento com o apoio de sua estratégia revisada e a cooperação da Ultra.
