O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu início a um significativo processo de revisão das Contas Nacionais. O objetivo é medir o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Esta revisão é conduzida com base em um novo manual das Nações Unidas (ONU) para a contabilidade econômica, que visa alinhar as estatísticas brasileiras com as tendências globais.
Tradicionalmente, essa atualização nos parâmetros e pesos usados para calcular o PIB ocorre a cada década, considerando os anos anteriores. As revisões foram feitas em 2000, 2010 e estavam programadas para 2020. Porém, a pandemia postergou o início dos trabalhos, 2021 foi o novo ponto de referência.
A última grande alteração na metodologia foi em 2015, quando a ONU recomendou que gastos com pesquisa e desenvolvimento fossem considerados investimentos, não consumo. Além disso, houve ajustes nos pesos atribuídos à construção civil e aos equipamentos, componentes da formação bruta do capital fixo, que avalia investimentos para expandir a capacidade produtiva do país.
Mudanças no cálculo do PIB: o impacto ambiental e social
O novo manual da ONU traz à tona questões essenciais relacionadas ao meio ambiente, à desigualdade e à contabilização da exploração de recursos naturais, como a água. Também revisa a contribuição das atividades para a economia.
“A ideia é que tenhamos o PIL, o Produto Interno Líquido, onde essas mudanças se refletirão”, explicou Cristiano Martins, do IBGE.
Uma inovação notável é o cálculo das perdas de recursos naturais. No caso do petróleo, por exemplo, a extração de uma reserva não renovável resulta em uma redução do valor econômico, após considerar o custo dessa reserva finita.
IBGE e a medição do PIB sustentável
Embora essas mudanças representem uma transformação significativa na forma como o PIB é calculado, o processo ainda está em sua fase inicial. Nenhum país implementou alterações dessa natureza até o momento, e os manuais estão sendo preparados. Não há um cronograma definido para a implementação dessas mudanças, como enfatizou Cristiano Martins.
A revisão das Contas Nacionais pelo IBGE marca um passo crucial em direção a uma medição mais precisa do PIB, incorporando não apenas o crescimento econômico, mas também aspectos ambientais e sociais. Isso reflete a necessidade de avaliar o verdadeiro impacto da atividade econômica em um mundo em constante evolução, com foco na sustentabilidade e na justiça social.
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O que é o IBGE?
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística é um instituto público da administração federal brasileira. Sua principal função é a coordenação e consolidação das informações estatísticas. O IBGE produz, analisa, pesquisa e divulga informações de natureza estatística:
- demográfica, social e econômica;
- geográfica;
- cartográfica;
- geodésica;
- ambiental.
Esses dados ajudam a conhecer a realidade física, humana, social e econômica do país. Por isso é tão importante responder ao Censo. São dados fundamentais para a implementação e desenvolvimento de políticas públicas que vão beneficiar os cidadãos, já que implicam no investimento de serviços públicos e privados.
Estimativas do mercado para inflação e PIB permanecem estáveis
As previsões do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos em 2024 ficaram estáveis, de acordo com a edição do Boletim Focus, divulgado nesta terça-feira (6), em Brasília. A pesquisa – realizada com economistas – é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).
Para este ano, a expectativa para o crescimento da economia permaneceu em 1,6%. Já para 2025, o Produto Interno Bruto PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país – deve ficar em 2%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro também projeta expansão do PIB em 2%, para os dois anos.
Superando as projeções, no terceiro trimestre do ano passado a economia brasileira cresceu 0,1%, na comparação com o segundo trimestre de 2023, de acordo com o IBGE. Entre janeiro e setembro, a alta acumulada foi de 3,2%.
Com o resultado, o PIB está novamente no maior patamar da série histórica, ficando 7,2% acima do nível de antes da pandemia, registrado nos três últimos meses de 2019. Os dados do quarto trimestre de 2023, com o consolidado do ano, serão divulgados pelo IBGE em 1º de março.
No caso do dólar, a previsão de cotação está em R$ 4,92 para o fim deste ano. No fim de 2025, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5.
