
- Ibovespa fechou em alta de 1,35%, superando pela primeira vez os 141 mil pontos.
- Dólar caiu para R$ 5,40, menor valor em mais de um ano, com entrada de recursos estrangeiros.
- Dados de emprego nos EUA e desempenho de bancos, varejo e Embraer impulsionaram o mercado.
O Ibovespa fechou nesta quinta-feira (3) em sua maior pontuação da história, superando os 141 mil pontos pela primeira vez. Já o dólar, por sua vez, caiu ao menor patamar em mais de um ano, impulsionado por fluxo de recursos ao Brasil e dados positivos de emprego nos EUA. Sendo assim, a Bolsa brasileira viveu um dia de celebração no mercado financeiro.
Ibovespa quebra recordes e atinge novo patamar histórico
O principal índice da Bolsa de Valores brasileira subiu 1,35%, aos 140.927,86 pontos, após alcançar a máxima intradiária de 141.303,55 pontos. Então, esse desempenho superou os recordes anteriores de maio e marcou a primeira vez em que o índice fechou acima do nível dos 141 mil pontos.
Além disso, com esse avanço, o Ibovespa acumulou ganhos significativos e se consolidou como um dos destaques globais no ano. Mesmo em meio a tensões políticas internas e atritos entre Executivo, Legislativo e Judiciário, o mercado respondeu com otimismo aos dados externos.
Desse modo, os investidores reagiram ao bom humor vindo dos Estados Unidos, onde o mercado de trabalho surpreendeu positivamente. Portanto, esse cenário, apesar de indicar menos espaço para cortes de juros imediatos pelo Federal Reserve, reforçou a confiança global nos ativos de risco.
Dados de emprego nos EUA impulsionam bolsas globais
Nos Estados Unidos, o chamado “payroll” mostrou a criação de 147 mil vagas de trabalho em junho, acima da expectativa de 110 mil. A taxa de desemprego caiu e os salários desaceleraram, reforçando a visão de uma economia aquecida, mas sem pressão inflacionária descontrolada.
Ademais, o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, explicou que o dado mais importante foi a desaceleração dos salários. O crescimento mensal caiu de 0,4% para 0,2%, o que reduz a urgência de aperto monetário.
Apesar disso, o mercado reduziu a chance de um corte na taxa de juros já em julho. Antes do payroll, a probabilidade era de 24%. Após os dados, caiu para 6%. A precificação de um corte em setembro também foi ajustada de 98% para 80%.
Dólar fecha em baixa e atinge menor valor desde junho de 2024
O dólar comercial caiu 0,27%, fechando a R$ 5,4047, menor valor desde 24 de junho de 2024. O recuo foi impulsionado por entrada de recursos no Brasil e melhora no apetite global por ativos de países emergentes.
Nesse sentido, durante o dia, o dólar chegou a ser negociado a R$ 5,404, também a mínima intradiária. A expectativa de manutenção de juros altos no Brasil, enquanto os EUA adiam cortes, reforça o diferencial de rendimento e atrai capital estrangeiro.
Além disso, a XP Investimentos revisou sua projeção para o câmbio no fim de 2025: de R$ 5,80 para R$ 5,50. A corretora também antecipou para janeiro a previsão de início dos cortes da taxa Selic, que antes estavam projetados para abril.
Bancos e varejo puxam alta; Vale recua e Embraer decola
Entre os destaques do pregão, os bancos brilharam. Banco do Brasil 1,41%. A alta veio após revisão de recomendações por casas de análise e expectativa de margens maiores com juros altos.
Ademais, o varejo, Lojas Renner ganhou 2,46% e Assaí avançou 1,69%, com investidores apostando em retomada do consumo no segundo semestre. A Embraer disparou 4,42% após divulgar prévia operacional positiva.
Na contramão, Vale (VALE3) caiu 0,47%, mesmo com forte volume de negociação. Já Petrobras subiu 0,34%, após anunciar investimento de R$ 26 bilhões no refino do Rio de Janeiro.