Bolsa em queda

Ibovespa cai pela 4ª vez seguida, com Petrobras em baixa; dólar recua a R$ 5,50 após fala do Fed

Mesmo com petróleo despencando e guerra no Oriente Médio, ações brasileiras cedem; Vale segura perdas e mercado aguarda novos desdobramentos.

Ibovespa cai pela 4ª vez seguida, com Petrobras em baixa; dólar recua a R$ 5,50 após fala do Fed
  • Ibovespa caiu 0,41%, puxado por Petrobras e bancos, mas com Vale ajudando a segurar as perdas.
  • Petróleo desabou até 8%, após ataque do Irã ser visto como simbólico; ações de petroleiras caíram.
  • Dólar recuou a R$ 5,50, com expectativa de corte de juros nos EUA e menor aversão ao risco.

O Ibovespa fechou em queda de 0,41% nesta segunda-feira (23), aos 136.550 pontos, acumulando sua quarta baixa consecutiva. Assim, o índice chegou a cair quase 1% durante o dia, mas reduziu perdas graças ao desempenho positivo das bolsas americanas e à valorização da Vale (VALE3).

Nesse sentido, a sessão foi marcada por elevada volatilidade, reflexo da tensão geopolítica no Oriente Médio. Ainda assim, o mercado global reagiu com relativa calma aos ataques do Irã contra uma base americana no Catar. A resposta contida do Irã e a ausência de vítimas ou danos graves ajudaram a conter temores de uma escalada.

Petróleo despenca e afeta Petrobras

O preço do petróleo Brent desabou 6,82%, para US$ 70,34, enquanto o WTI caiu 7,41%, a US$ 68,40. A queda surpreendeu: após dias de valorização com o “prêmio de guerra”, o mercado enxergou o ataque iraniano como simbólico e previamente negociado com o Catar, o que reduziu o risco de interrupção na oferta global de energia.

No Brasil, o impacto foi negativo para as petroleiras. A Petrobras (PETR4) recuou 2,50%, puxando o Ibovespa para baixo. A PRIO (PRIO3) também caiu 0,71%, mesmo após divulgar planos de dobrar sua produção até 2026.

Apesar da queda generalizada no setor, a Vale subiu 1,26%, impulsionada pela alta do minério de ferro, o que amenizou o desempenho negativo do índice.

Bancos recuam e inflação preocupa

As ações dos principais bancos brasileiros recuaram em bloco: Bradesco (BBDC4) caiu 0,78%, Itaú (ITUB4) perdeu 0,22%, Santander (SANB11) cedeu 1,19% e o Banco do Brasil (BBAS3) fechou em baixa de 1,22%.

A queda veio após analistas cortarem projeções para o BB, mesmo após o banco anunciar um acordo de US$ 700 milhões com garantia do Banco Mundial.

No exterior, declarações da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, alertaram para o risco de desaceleração na zona do euro, caso a guerra escale. No Brasil, o governo sinalizou que a política de preços da Petrobras será usada como instrumento para mitigar impactos inflacionários.

Dólar recua após fala do Fed, mesmo com conflito armado

Apesar do aumento da tensão entre EUA, Irã e Israel, o dólar à vista caiu 0,42%, fechando a R$ 5,5041. Durante a manhã, a moeda chegou a subir com a busca global por proteção, mas mudou de direção após falas de dirigentes do Federal Reserve.

A diretora do Fed, Michelle Bowman, indicou que já na reunião de julho pode haver corte de juros, o que enfraqueceu o dólar frente a outras moedas e reduziu os rendimentos dos Treasuries. Isso refletiu também no câmbio brasileiro, com o dólar futuro para julho caindo 0,28%, a R$ 5,5090.

No acumulado do ano, o dólar já recua 10,92%. O movimento mostra que, mesmo diante de uma guerra envolvendo potências globais, os investidores seguem apostando na queda de juros e buscando ativos de maior risco, como os de países emergentes.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.