Começou bem

Ibovespa sobe no 2º semestre com Vale e Embraer; dólar avança após governo acionar STF pelo IOF

Bolsa inicia julho em alta, puxada por gigantes da mineração, energia e aviação, enquanto tensão institucional afeta câmbio e juros.

Ibovespa sobe no 2º semestre com Vale e Embraer; dólar avança após governo acionar STF pelo IOF
  • Ibovespa inicia semestre com ganhos: Índice sobe 0,50% com impulso de Vale, Embraer e Petrobras.
  • Dólar volta a subir com tensão política: Moeda fecha a R$ 5,461 após governo acionar STF pelo IOF.
  • Ambiente externo instável: Trump vence por pouco no Senado; Fed pode adiar corte de juros.

O segundo semestre de 2025 começou com o pé direito no mercado financeiro brasileiro. Assim, o Ibovespa fechou o pregão desta segunda-feira (1º) em alta de 0,50%, atingindo 139.549 pontos e reforçando o bom desempenho acumulado no ano, que já ultrapassa os 16%. Entre os destaques do dia, figuraram empresas como Vale, Petrobras e Embraer, que sustentaram o avanço do índice mesmo com um cenário externo instável.

Por outro lado, o dólar voltou a subir após três quedas consecutivas, encerrando o dia em R$ 5,461. A valorização da moeda norte-americana refletiu não apenas movimentos do mercado internacional, mas também a crescente tensão política entre o governo e o Congresso em torno da tributação sobre operações financeiras. A disputa chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) e acendeu o sinal de alerta entre investidores.

Governo aciona STF e eleva tensão com Congresso

Com o início da segunda metade do ano, o governo federal decidiu confrontar o Legislativo. Como já era especulado, a Advocacia-Geral da União entrou com uma ação no STF para tentar reverter a decisão do Congresso que anulou o decreto sobre a alta do IOF. Embora o Executivo tente classificar o movimento como uma defesa da institucionalidade, a oposição não aceitou a justificativa.

Além disso, o clima político esquentou ainda mais após líderes parlamentares acusarem o governo de declarar guerra ao Congresso. A fala repercutiu mal no mercado, uma vez que a instabilidade entre os Poderes costuma afetar decisões econômicas e atrasar reformas.

Apesar do atrito, o Ministério da Fazenda reiterou o compromisso com o diálogo. Segundo o secretário-executivo Dario Durigan, a medida foi motivada por razões jurídicas, e não por disputas políticas. Ele reforçou que o objetivo do governo é manter uma tributação mais justa e evitar qualquer risco de descontrole fiscal.

Nos EUA, Trump vence por pouco e dólar se fortalece

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump conseguiu aprovar, por um triz, seu novo pacote orçamentário trilionário. A decisão foi tomada com o voto de minerva do vice-presidente JD Vance, que preside o Senado. A vitória, embora apertada, fortaleceu o dólar globalmente e impactou os mercados emergentes, inclusive o Brasil.

Outro fator relevante foi o relatório Jolts, que revelou um aumento nas vagas de emprego em maio. A leitura de que o mercado de trabalho americano segue aquecido fez os investidores apostarem em um possível adiamento dos cortes de juros pelo Federal Reserve. Como consequência, os rendimentos dos Treasuries subiram e o dólar ganhou força frente a diversas moedas.

Na Europa, as bolsas fecharam em baixa. Apesar da boa notícia sobre a inflação na zona do euro, que alcançou a meta do BCE, as incertezas comerciais com os EUA ainda pesam sobre o humor dos investidores do outro lado do Atlântico.

Embraer decola, Vale sustenta e bancos oscilam

No Brasil, a alta do Ibovespa foi puxada principalmente pela Embraer (EMBR3), que subiu 4,42% após anunciar novos pedidos da companhia aérea SAS. Em seguida, a Vale (VALE3) avançou 1,35%, mesmo com a queda do minério de ferro na China. Já a Petrobras (PETR4) teve leve alta de 0,35%, impulsionada pela valorização do petróleo no mercado internacional.

Entre os bancos, o cenário foi mais instável. O Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,81%, apesar de ter operado no positivo durante boa parte do dia. Por outro lado, o Santander (SANB11) teve alta de 2,02%, enquanto o Bradesco (BBDC4) subiu 0,62%. O Itaú Unibanco (ITUB4) fechou quase estável, com leve alta de 0,45%.

Outros destaques incluem a BB Seguridade (BBSE3), que anunciou R$ 3 bilhões em dividendos e subiu 1,76%, e a Natura (NTCO3), que encerrou o pregão com queda de 2,26% na véspera da mudança do ticker para NATU3. Já o Cade determinou que a CSN (CSNA3) apresente plano para vender ações da Usiminas (USIM5) em 60 dias, fazendo as ações das duas empresas seguirem em direções opostas.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.