
- Meituan lança serviço de drones em Dubai e planeja novas rotas ainda em 2025.
- Empresa estrutura operação local com investimento de R$ 5 bilhões e pode enfrentar o iFood.
- Drones ganham espaço como solução para entregas mais rápidas e sustentáveis no setor de delivery.
Líder no mercado de entregas por aplicativo na China, a Meituan iniciou voos com drones em Dubai e prepara entrada no Brasil ainda em 2025, desafiando o domínio do iFood.
Meituan acelera internacionalização com drones nos céus de Dubai
A Meituan, conhecida por seu domínio absoluto no delivery chinês, acaba de dar um salto estratégico: a estreia do serviço de entregas por drones fora da Ásia. Dubai foi escolhida como a primeira cidade internacional a receber a tecnologia, devido à regulamentação favorável e à infraestrutura urbana moderna.
Desde dezembro de 2024, a empresa opera voos na cidade sob a marca Keeta Drone, com autorização para voos além da linha de visão (BVLOS), concedida pela Autoridade de Aviação Civil de Dubai. Os drones fazem entregas em locais como o Rochester Institute of Technology e o Dubai Digital Park, e novas parcerias com hospitais estão viabilizando entregas de medicamentos.
Além disso, a Meituan já conta com 53 rotas comerciais de drones na China. Até dezembro de 2024, a empresa havia feito mais de 400 mil entregas aéreas. Segundo o vice-presidente Yinian Mao, a meta é abrir até três novas rotas internacionais até o fim deste ano.
Tecnologia, clima e logística: como Dubai virou o laboratório da Meituan
A escolha de Dubai não foi por acaso. O emirado tem se destacado como um polo de testes para mobilidade aérea e vem facilitando regulações para veículos autônomos. Isso permitiu à Meituan implementar rapidamente um sistema de entregas com pousos e decolagens automatizados.
Os drones foram adaptados para suportar o calor extremo da região e integrar-se aos corredores aéreos urbanos da cidade. Segundo especialistas em logística, o modelo de operação utilizado ali pode servir de base para sua implementação futura em cidades latino-americanas, incluindo o Brasil.
O uso de drones promete reduzir significativamente o tempo das entregas, com maior eficiência no chamado “último quilômetro”. Isso não apenas representa um diferencial competitivo, mas também demonstra o investimento pesado em automação.
Brasil no radar: Keeta pode enfrentar iFood ainda em 2025
Embora Dubai seja o primeiro passo, o plano da Meituan vai além: o Brasil está entre os principais alvos da sua expansão. De acordo com reportagens recentes, a empresa pretende lançar a marca Keeta no país, com investimento de cerca de R$ 5 bilhões.
A operação brasileira já está em fase de estruturação tributária e logística. A Meituan busca parcerias locais para facilitar sua entrada e adaptar seu modelo de operação às especificidades do mercado nacional. A meta é começar pelas grandes capitais e, gradualmente, incluir o uso de drones conforme a regulação permitir.
Atualmente, o iFood lidera o setor de delivery no Brasil com ampla vantagem. No entanto, a chegada de uma concorrente global, altamente tecnológica e capitalizada, pode mudar o cenário. Caso os testes deem certo, o país poderá se tornar o segundo território fora da Ásia a receber entregas por drones da Meituan.
Nova fronteira para o delivery: tendências e impactos esperados
A expansão internacional da Meituan mostra como o setor de delivery está entrando em uma nova fase. Com a aceleração da automação, empresas buscam soluções que unam rapidez, sustentabilidade e custo-benefício.
A adoção de drones também levanta questões sobre regulamentação, segurança e impacto ambiental. No Brasil, a Anac ainda impõe limitações a voos autônomos em áreas urbanas, mas especialistas avaliam que esse cenário deve mudar nos próximos anos, especialmente com a pressão de players globais.
Desse modo, a presença da Meituan poderá, inclusive, acelerar a atualização do marco regulatório da aviação civil voltado à logística urbana. Portanto, isso colocaria o Brasil entre os pioneiros da América Latina nesse tipo de entrega.