
A oposição alcançou o placar necessário: 41 assinaturas no Senado Federal. Isso significa que, oficialmente, o processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes pode avançar. O movimento marca um dos momentos mais tensos da relação entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) desde a redemocratização.
O número mínimo de assinaturas exigido foi atingido com o apoio do senador Laércio Oliveira (PP-SE), que confirmou a adesão ao documento apresentado por opositores, principalmente aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O voto que virou o jogo
O nome que selou o Impeachment Moraes Placar foi o do senador Laércio Oliveira, que até então não havia se manifestado publicamente sobre o tema. Com sua assinatura, a oposição passou a ter o número mínimo necessário para avançar com o pedido.
Parlamentares da oposição comemoraram o feito. Segundo Rogério Marinho (PL-RN), líder da minoria no Senado, a coleta das assinaturas é um sinal de que há clima político para que o tema seja debatido. “Não estamos mais obstruindo votações e queremos que o presidente do Senado cumpra seu papel constitucional”, disse.
O movimento ocorre dias após Alexandre de Moraes decretar prisão domiciliar para Jair Bolsonaro, o que acirrou os ânimos no Congresso e entre apoiadores do ex-presidente.
Oposição cobra ação imediata do Senado
Com o placar em mãos, a oposição agora pressiona diretamente o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Cabe a ele decidir se o processo de impeachment será acolhido e, posteriormente, se a comissão processante será instalada.
Segundo o regimento, 41 assinaturas são suficientes para apresentar o pedido. No entanto, a continuidade do processo depende do aval de Alcolumbre, que até agora evita se posicionar sobre o tema. Caso aceite, o rito segue com a formação de uma comissão, parecer técnico e votação em plenário — que exige 54 votos favoráveis para afastar o ministro do cargo.
Oposição também prometeu “retomar o ritmo normal” nas votações em plenário como sinal de boa-fé, mas avisou: se o pedido não for encaminhado, a obstrução poderá voltar.
Clima de tensão entre Poderes aumenta
A ofensiva contra Moraes elevou o tom institucional em Brasília. Integrantes do STF consideram o pedido um ataque direto à Corte e temem que outros ministros também se tornem alvos de pedidos semelhantes. Nos bastidores, alguns senadores da base do governo já demonstraram desconforto com a situação e alertam para os riscos de uma “escalada institucional”.
Flávio Bolsonaro, que também assinou o pedido, afirmou que o país vive um “momento histórico”. Para ele, é preciso frear “abusos de poder” e garantir que o Judiciário respeite os limites constitucionais.
A estratégia agora é mobilizar a sociedade civil e pressionar os indecisos no Senado. Parlamentares ligados ao governo Lula, por sua vez, avaliam como improvável que o processo vá adiante.
Resumo em tópicos
Risco de crise institucional: STF e aliados do governo veem ação como ataque ao Judiciário e temem efeito dominó.
Placar fechado: oposição alcança 41 assinaturas no Senado e protocolará pedido de impeachment contra Moraes;
Pressão no Senado: decisão agora está nas mãos de Davi Alcolumbre, que pode ou não aceitar o processo;