
- Inflação de 2025 caiu para 4,86%, mas ainda acima do teto da meta.
- PIB recuou para 2,18%, com impacto da guerra tarifária e juros altos.
- Selic segue em 15%, dólar em leve queda e superávit comercial mantido.
O mercado financeiro reduziu pela 13ª semana seguida a projeção de inflação para 2025. Segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (25), a estimativa caiu de 4,95% para 4,86%, mas ainda segue acima do teto da meta de 4,5%.
O relatório também trouxe cortes nas projeções para o crescimento do PIB, enquanto a taxa básica de juros foi mantida em 15% ao ano. Analistas apontam que o tarifaço de Donald Trump sobre produtos brasileiros ajuda a segurar preços, mas pode limitar a atividade econômica.
Inflação em queda
A expectativa para 2026 caiu de 4,40% para 4,33%, e para 2027 recuou de 4% para 3,97%. Para 2028, a previsão permaneceu em 3,80%.
Desde janeiro, o Brasil adota o sistema de meta contínua de inflação, com objetivo de 3% ao ano, dentro da faixa de 1,5% a 4,5%. Se o índice ficar fora desse intervalo por seis meses seguidos, o Banco Central é obrigado a justificar em carta pública ao ministro da Fazenda.
Foi o que ocorreu em junho, quando o presidente do BC, Gabriel Galípolo, enviou documento explicando o descumprimento da meta devido a fatores como câmbio, energia elétrica e anomalias climáticas.
PIB e juros
O mercado também revisou para baixo o crescimento do PIB em 2025, de 2,21% para 2,18%. Para 2026, a projeção caiu levemente, de 1,87% para 1,86%.
Além disso, economistas alertam que a combinação de juros elevados e desaceleração do comércio exterior pode frear ainda mais a economia brasileira. A guerra tarifária entre Estados Unidos e Brasil já pressiona setores industriais e agrícolas.
Portanto, apesar do enfraquecimento das projeções de atividade, o mercado manteve a projeção da Selic em 15% ao ano em 2025, sinalizando que a política monetária seguirá restritiva.
Câmbio e outros dados
A projeção para o dólar no fim de 2025 caiu levemente, de R$ 5,60 para R$ 5,59. Para 2026, recuou de R$ 5,70 para R$ 5,64.
Ademais, na balança comercial, o governo manteve o superávit previsto para 2025 em US$ 65 bilhões. Já a estimativa para 2026 subiu para US$ 68,7 bilhões.
Por fim, o investimento estrangeiro direto permanece estável em US$ 70 bilhões por ano até 2026, o que mostra confiança de longo prazo, mesmo em meio às incertezas globais.