- O IGP-M subiu 0,94% em dezembro, fechando 2024 com alta de 6,54%, abaixo dos 1,3% registrados em novembro
- O café teve alta de 28,82%, e as carnes subiram 6,43%, impactando o Índice de Preços ao Consumidor (IPC). O INCC também aumentou 0,51%, impulsionado por reajustes salariais
- Com a desaceleração do IGP-M, espera-se um alívio para inquilinos, que enfrentaram alta de 6,54% no aluguel em 2024
O Índice Geral de Preços (IGP-M) apresentou desaceleração em dezembro, subindo 0,94%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) nesta quinta-feira (27).
Este índice é um importante termômetro da inflação, pois mede os preços ao produtor, consumidor e na construção civil, entre os dias 20 de um mês e 21 do mês seguinte.
O IGP-M tem impacto direto sobre os contratos de aluguel, sendo frequentemente chamado de “inflação do aluguel”. Em 2024, o indicador acumulou alta de 6,54%, marcando uma desaceleração em comparação com os 1,3% registrados em novembro. Contudo, quando comparado a dezembro do ano anterior, o índice acumulou uma queda de 3,18%.
Desaceleração em dezembro
O resultado de dezembro reflete uma desaceleração no ritmo de crescimento dos preços, após o IGP-M registrar um aumento mais expressivo de 1,3% em novembro.
A desaceleração foi atribuída a fatores como a redução nos preços de commodities, preços administrados e o impacto de reajustes salariais. Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Ibre/FGV, esses fatores desempenharam um papel decisivo na composição dos componentes do IGP-M.
Dentro dos componentes do IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) foi o que apresentou maior variação. Assim, subindo 1,21% em dezembro, embora tenha mostrado uma leve desaceleração frente ao mês anterior, quando a alta foi de 1,74%.
O preço do café foi o principal responsável pela alta do IPA, com um impressionante aumento de 28,82%. Ainda, devido às condições climáticas adversas e às variações no câmbio. Além disso, os alimentos processados também influenciaram a desaceleração, com um recuo de 3,34% para 2,62%.
Influências nos preços ao consumidor
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou um aumento de 0,12% em dezembro, uma leve aceleração em relação a novembro, quando o crescimento foi de 0,07%.
O aumento de preços foi mais notável em produtos como carnes, que tiveram alta de 6,43%, e cigarros, que também registraram um aumento considerável.
Estes itens têm sido constantemente monitorados devido ao seu impacto direto no orçamento das famílias brasileiras. Especialmente as carnes, que enfrentam variações de preço devido a custos de produção e demanda.
No Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), o aumento foi de 0,51% em dezembro, superando o avanço de 0,44% observado em novembro. O INCC mede o impacto dos custos da construção civil no país. Contudo, sendo um indicador importante para o setor imobiliário e de obras públicas.
Reajustes salariais, com uma média de 0,53%, foram responsáveis pela maior parte da alta. Ainda, refletindo o impacto de aumentos nos salários dos trabalhadores da construção civil.
O Impacto do IGP-M para o mercado imobiliário
A desaceleração do IGP-M em dezembro é uma notícia positiva para o mercado imobiliário, especialmente para os inquilinos, que sofrem diretamente com o impacto do índice nos contratos de aluguel.
Com a alta acumulada de 6,54% no ano, os contratos de aluguel que reajustam com base no IGP-M podem sofrer um alívio para 2025. Contudo, dependendo do comportamento da inflação no início do novo ano.
No entanto, o impacto nas diversas áreas da economia, como a construção civil, ainda é sentido. Principalmente devido aos custos crescentes com materiais e mão-de-obra.
Em termos gerais, o IGP-M de dezembro sinaliza uma possível estabilização dos preços após um ano de desafios econômicos e inflação elevada, trazendo algum alívio para os consumidores e para o mercado de aluguéis. Contudo, a vigilância sobre os preços de commodities e os custos de produção continuará sendo essencial para prever a evolução da inflação nos próximos meses.
Expectativas para 2025
Com a alta do IGP-M no acumulado do ano, o mercado continua atento às perspectivas para 2025. A expectativa é que o comportamento da inflação seja influenciado por uma combinação de fatores, incluindo a política fiscal, a taxa de juros e as variações nos preços internacionais de commodities.
A trajetória do IGP-M será um indicador importante para avaliar o impacto dessas variáveis sobre a economia brasileira e sobre o setor imobiliário, especialmente no que diz respeito aos reajustes de aluguel.