Inflação desacelerada

Inflação em São Paulo desacelera em dezembro e fecha 2024 com alta de 4,68%

IPC-Fipe registra queda no ritmo de aumento de preços, mas inflação anual supera o índice de 2023

Inflação - Design by Freepik
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  • Em dezembro de 2024, o IPC-Fipe, que mede a inflação em São Paulo, registrou um aumento de 0,34%, marcando uma desaceleração significativa em relação à alta de 1,17% em novembro
  • Ao longo de 2024, a inflação acumulada ficou em 4,68%, superando o índice de 2023 (3,15%), mas abaixo das expectativas de mercado, que variavam entre 4,75% e 4,96%
  • Cinco dos sete grupos analisados pelo IPC-Fipe desaceleraram em dezembro, com destaque para Habitação e Alimentação, enquanto Saúde e Educação tiveram aceleração nos preços

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), responsável por medir a inflação na cidade de São Paulo, registrou um aumento de 0,34% em dezembro de 2024. Dessa forma, o que representou uma desaceleração expressiva em relação ao avanço de 1,17% registrado no mês anterior.

O resultado de dezembro ficou abaixo das estimativas de diversas instituições financeiras consultadas pela Projeções Broadcast. Que, no entanto, esperavam uma alta entre 0,41% e 0,60%.

Esse dado sugere um arrefecimento nos preços, apesar de o índice anual ainda ter registrado uma elevação significativa.

No acumulado

O acumulado de 2024, com uma inflação de 4,68%, foi superior ao índice do ano anterior, que havia sido de 3,15%.

Embora o número anual tenha superado o registrado em 2023, ele ficou abaixo das previsões do mercado, que apontavam uma inflação entre 4,75% e 4,96%.

A desaceleração observada no último mês do ano pode ser vista como um sinal de que a pressão inflacionária em São Paulo está começando a ceder. Isso, após um ano de aumento nos preços.

Desaceleração nos principais grupos de consumo

O comportamento do IPC-Fipe no mês de dezembro reflete, de forma geral, uma perda de força nos preços de cinco dos sete grupos analisados.

Dentre eles, o maior recuo ocorreu no grupo de Habitação, que registrou uma variação negativa de -0,63%. Ainda, após ter mostrado um aumento de 0,31% em novembro. Esse recuo foi impulsionado pela queda nos preços dos aluguéis, que impactou diretamente o índice.

O grupo de Alimentação, por sua vez, também desacelerou consideravelmente. A inflação foi de 2,29% em novembro para 0,95% em dezembro, refletindo uma desaceleração nos preços dos alimentos, após altas significativas nos meses anteriores. O impacto de quedas nos preços de alimentos como arroz, feijão e alguns legumes ajudaram a reduzir a pressão sobre este item essencial.

Transportes teve uma variação mais moderada, subindo de 0,21% em novembro para 0,35% em dezembro.
Mas ainda assim, o grupo manteve um pequeno aumento devido, principalmente, à alta nos preços dos combustíveis e dos serviços de transporte público.

Despesas Pessoais, que tinha registrado uma elevação de 3,24% no mês de novembro, desacelerou fortemente para 1,41% em dezembro. O que pode ser atribuído à queda nos preços de serviços e outros bens pessoais.

O grupo de Vestuário também reduziu a variação, que passou de 0,38% para 0,27%, devido à estabilização nos preços das roupas no final do ano.

Este é um grupo que costuma ter alta nos meses de novembro e dezembro devido às compras de fim de ano. Mas em 2024, a desaceleração foi notável.

Aceleração nos grupos de saúde e educação

Embora a maioria dos grupos tenha mostrado uma desaceleração, dois segmentos apresentaram aceleração no ritmo de aumento de preços.

O grupo de Saúde, que havia registrado uma alta de 0,40% em novembro, viu sua inflação aumentar para 0,67% em dezembro. Esse aumento foi puxado, em grande parte, pelos preços de medicamentos e planos de saúde.

No caso de Educação, o índice também registrou um pequeno aumento de 0,00% para 0,02%. Assim, refletindo ajustes nas mensalidades escolares e cursos de especialização, que são comuns no final do ano.

Perspectivas para 2025 são de um cenário mais controlado

Com o índice de 4,68% acumulado no ano, a inflação de São Paulo em 2024 superou a de 2023, mas ficou abaixo das expectativas do mercado.

A desaceleração registrada em dezembro aponta que a pressão sobre os preços pode ter diminuído, o que sugere um cenário mais controlado para os próximos meses.

Entretanto, a inflação continua sendo um desafio, especialmente para os consumidores de itens essenciais, como alimentação e saúde.

O ano de 2024 mostrou que, embora os preços de muitos itens estejam mais contidos, ainda existem áreas com inflação persistente, especialmente em serviços e setores específicos.

O próximo ano pode trazer desafios contínuos para a economia, mas a expectativa é de que a inflação de 2025 se mantenha mais controlada, com menores variações mensais, conforme a economia se ajusta ao longo do tempo.

O monitoramento dos grupos com maiores pressões, como saúde e transporte, será crucial para entender a dinâmica da inflação nos próximos meses.