A influenciadora Martina Oliveira, conhecida na internet como “Beiçola do Privacy”, se rendeu ao fenômeno das criptomoedas e lançou seu próprio token. Chamado Beiçola Token (BCT), a memecoin surgiu na Solana e em menos de duas horas já superou a marca de US$ 1,1 milhão em valor de mercado.
De acordo com o Dexscreener, o BCT (não confundir com BTC) acumula ganhos de 209% no momento da finalização deste texto. Contudo, esta alta chegou a mais de 570% em um determinado momento. Com os altos números, a BCT tornou-se a primeira memecoin brasileira a atingir a marca de US$ 1 milhão em valor de mercado.
Junto com o token, Oliveira também colocou uma série de metas de “loucuras” que fará conforme a memecoin aumentar de preço. O atual preço do token é de US$ 0,0011, ou cerca de R$ 0,007 em valores atuais. Isso significa que o BCT já atingiu a meta necessária para Oliveira realizar quatro vídeos ao vivo em partes da sua casa.
“Atendendo a pedidos, criei minha memecoin e aqui estão as loucuras que eu farei conforme o preço da minha $BCT subir”, anunciou a influenciadora em sua conta no X. Caso o token atinja a meta de R$ 0,01, a “beiçola” fará uma live na área externa de sua casa.
Por dentro da memecoin
O token repercutiu bastante nas redes sociais dada a fama da influenciadora em seu nicho de conteúdo adulto. Com mais de 240 mil seguidores no X, Oliveira tem na plataforma de conteúdo adulto Privacy a sua principal vitrine. Em 2023, por exemplo, ela foi a influenciadora Top 1 na plataforma, ficando com o maior faturamento.
Apesar da brincadeira, Oliveira recentemente usou seu X para começar a falar sobre Bitcoin (BTC) e outras criptomoedas. No dia 5 de dezembro, quando o BTC (não o BCT) rompeu a barreira de US$ 100 mil, Oliveira publicou uma foto da marca histórica com o emoji “estamos de olho“.
Doze dias depois, no dia 17, Oliveira retuitou uma mensagem da Paradigma Education, casa de research com foco em criptomoedas, que fazia elogio ao conhecimento em economia da influenciadora. Ao republicar a mensagem, ela repetiu o clássico bordão “sem suas chaves, sem suas moedas” (not your keys, not your coins).
Para ter acesso ao “BCT”, código do token, é possível comprá-lo através do site do Gecko Terminal, da CoinGecko. No entanto, o token oferece um risco de concentração comum em vários projetos desse tipo.
Risco de concentração e comparação com outros projetos
Um dos principais problemas neste caso é que poucas pessoas se interessaram em colocar a BCT em suas carteiras. De acordo com o Solscan, a oferta total do token é de 1 bilhão de BCT, e os holders do token estão em cerca de 3.800.
Mas de acordo com o perfil @laranjacripto, que expõe possíveis golpes, apenas 10 pessoas controlam a maioria dos tokens. Uma delas é a própria Beiçola, que possui cerca de 145 da oferta total.
“A Beiçola do Privacy lançou um token e 10 pessoas possuem mais de 50% do fornecimento total do token, sendo ela a maior detentora. Existe indicio de insiders terem entrado antes fazendo grandes compras”, afirma o perfil.
Quando essa análise foi feita, o BCT contava com apenas 1.090 holders e esse número mais que triplicou nas últimas horas. Isso fez a concentração de tokens nos 10 maiores endereços diminuir para cerca de 40%.
Além disso, a forte valorização do BCT lembra o caso do token HAWK, da influenciadora Hawk Tuah, cujo valor chegou a atingir US$ 500 milhões. Mas, posteriormente, o token desabou 90%, levantando suspeitas de que a influenciadora aplicou um rug pull nos investidores.